3 dicas para engajar os alunos na leitura de obras obrigatórias

3 dicas para engajar os alunos na leitura de obras obrigatórias
É essencial abordar obras obrigatórias para leitura em sala de aula de maneira ampla (Imagem: Drazen Zigic | Shutterstock)

Vestibulares como Fuvest e Unicamp exigem periodicamente a leitura de obras clássicas e contemporâneas. Em 2024, a USP cobrará nove livros, incluindo autores como Machado de Assis e Luís Bernardo Honwana.

O baixo hábito de leitura refletido nos dados do IBGE pode prejudicar o desempenho dos candidatos. Diante disso, é crucial que as obras sejam abordadas em sala de aula de forma detalhada, estabelecendo conexões entre o enredo, o período histórico em que foram criadas e, inclusive, a vivência pessoal dos alunos.

 “A leitura literária precisa despertar um envolvimento emocional, pois trabalha com outros registros além do simples intelecto. O ideal é que o leitor sinta e participe daquela emoção, compreenda aquele movimento internamente e, quem sabe, transfira para a sua própria vida. Considerando isso, é fundamental que os alunos tenham a leitura das obras obrigatórias como um momento de entrega, de atenção e de relação com o livro”, afirma Maurício Soares, professor de Literatura do Curso Anglo, especialista e mestre em Literatura Brasileira.

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A seguir, confira 3 dicas importantes que podem ser aplicadas dentro e fora da sala de aula!

1. Visão interdisciplinar

É comum que vestibulares relacionem essas obras com as demais disciplinas, como aconteceu na última edição da Fuvest, em uma questão que abordava a vegetação descrita em “Angústia”, de Graciliano Ramos, com conceitos de botânica. Por isso, é interessante que todo o corpo docente esteja a par dessas listas e possa oferecer essa visão interdisciplinar aos alunos.

Por que não planejar uma aula conjunta ou desenvolver projetos que permitam trabalhar conceitos literários e técnicos? “É o tipo de coisa que pode ser feita na hora do intervalo, quando ali, no corredor, sem querer, [você] encontra o seu amigo professor e ele te diz que está falando de um assunto que encaixa exatamente com o seu livro”, sugere Soares.

Estudante em uma biblioteca sorrindo enquanto usa o notebook
A participação em fóruns e grupos online de leitura pode aprimorar o processo de imersão e compreensão dos textos (Imagem: AYO Production | Shutterstock)

2. Tecnologia como aliada 

A questão da implementação da tecnologia na literatura é controversa. “Optar por vídeos curtos e simplificados sobre esses títulos não é a melhor das opções, pois eles, em sua maioria, não abordam as obras com a complexidade que são exigidas. Por outro lado, fóruns de conversa e grupos online de leitura podem enriquecer esse processo de imersão e compreensão dos textos”, destaca o profissional do Anglo. Segundo ele, o professor pode utilizar ferramentas para a criação de espaços de troca, permitindo que os alunos compartilhem ideias, dúvidas e dicas sobre as histórias. 

3. Pessoalidade da obra  

Por fim, a pergunta mais importante: como eu faço com que o aluno se interesse por essa história? A principal estratégia para incentivá-los a lerem as obras indicadas pelos vestibulares é relacioná-las à vida deles.

“É fundamental que o aluno compreenda que essa leitura está sendo proposta porque ela faz sentido neste momento em que vivemos, porque aqueles sentimentos despertados pela leitura e abordados naquele enredo estão presentes na sociedade em que vivemos. Sendo assim, essa relação torna a leitura um diálogo de igual para igual. Um indivíduo que está em busca de si mesmo, tentando entender o seu lugar do mundo, pode encontrar nos personagens respostas para as próprias perguntas”, aponta o professor. 

É preciso que fique claro ao aluno quais são as questões que estão sendo discutidas no livro — explicitando o contexto em que foi produzido —, mas também dando espaço para que o estudante tire conclusões do que está sendo tratado, alimentando, assim, sua capacidade de interpretação e senso crítico. Assim, o professor deve ser a ponte entre o aluno e o universo descrito no livro.

Por Julia Vitorazzo

Redação EdiCase

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