4 mitos sobre tratamentos contra varizes
Se você sofre com varizes, já pode ter ouvido alguns mitos, como: elas aparecem porque você cruza muito as pernas ou porque usa salto alto. Mas, fique tranquila, você não deve ser a única pessoa a receber desinformações desse tipo. Uma estimativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) revelou que cerca de 38% da população brasileira convive com as varizes, sendo 45% de mulheres e 30% de homens.
Para entender melhor sobre essa alteração é importante saber que a principal causa é de origem genética: alguns têm predisposição e outros não. Alguns hábitos de vida, como sedentarismo e longas horas de pé por dia, podem acelerar o surgimento e o processo de avanço da doença, mas não são considerados causas.
Para esclarecer o assunto, o Dr. Márcio Steinbruch, cirurgião vascular e membro da SBACV, listou 4 mentiras que contam sobre o tratamento contra varizes. Confira!
1. Não adianta tratar varizes porque elas voltam
A primeira grande mentira é acreditar que o tratamento de varizes não tem resultado e que elas sempre voltam. “O que acontece é que, por algum motivo, a parede da veia se enfraquece e isso faz com que ela se dilate e fique inchada, deformada e dolorida. Quando tratamos essa veia cirurgicamente, ela é retirada e, por isso, não pode voltar”, diz o médico cirurgião.
De acordo com o Dr. Márcio Steinbruch, o tratamento para varizes é essencial para evitar que o quadro evolua para casos mais graves, como a úlcera venosa. “Mas, o que a cirurgia não impede é que outra veia também fique doente tempos depois. E, por isso, as pessoas acham que o tratamento não funcionou”.
2. Cremes e remédios são suficientes para que as varizes desapareçam
Muitas pessoas ainda acreditam em cremes mágicos e, quando o assunto é varizes, não é diferente. Mas, é válido ressaltar que as loções não têm a capacidade de regenerar uma veia doente, nem os remédios orais o poder de fazer a veia voltar ao seu calibre original, depois que ela sofreu uma deformidade.
“O que as loções e os medicamentos fazem é ajudar no alívio dos sintomas relacionados à doença como o inchaço e a dor. Nós receitamos como um complemento durante o tratamento para melhorar o bem-estar do paciente. Porém, as varizes precisam de intervenção médica para não progredirem”, comenta o Dr. Márcio Steinbruch.
3. Os vasinhos crescem e se tornam varizes
Esse é um grande mito que circula nas rodas de conversa. Mas que, fisiologicamente, não é possível. Os pequenos e finos vasinhos não podem crescer a ponto de se tornarem uma veia robusta, causando deformidades na pele.
“A varizes acometem veias mais profundas que fazem o retorno do sangue ao coração. Porém, o surgimento de vasinhos pode ser um indicativo que levará o médico a investigar e, possivelmente, diagnosticar uma doença vascular. Por isso, sempre vale a pena passar por avaliação, mesmo quando se percebe somente a presença de pequenos vasos”, explica o médico cirurgião.
4. Passar por cirurgia de varizes no frio acelera a recuperação
Passar por uma cirurgia durante as estações mais frias do ano é uma boa opção para o paciente de varizes, pois é a melhor época para evitar a exposição solar e para que os pacientes fiquem mais confortáveis para esconder as marquinhas da cirurgia até elas sumirem.
“O que não podemos fazer é associar a constrição que o frio causa nos vasos à uma excelente recuperação. A qualidade do pós-operatório e da recuperação nestes casos, sempre irão depender do repouso e do uso da meia elástica da maneira correta recomendada pelo cirurgião vascular”, diz o Dr. Márcio Steinbruch.
Consulte um especialista
O Dr. Márcio Steinbruch reforça que as doenças vasculares exigem avaliação, exames, diagnósticos e tratamentos realizados por um profissional habilitado. Portanto, faça check-up uma vez por ano, mesmo na ausência de sintomas.
Formado pela Universidade de São Paulo (USP), é médico com especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, além disso, possui título de especialista e é membro efetivo da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Por Carol Teberga