Gripe canina: veja os sintomas e como cuidar de cães infectados
A gripe canina, também chamada influenza canina, é causada pelo vírus Influenza A (pelas cepas H3N8 e H3N2). É uma doença contagiosa e pode atingir cachorros de todas as raças e idades. Conforme explica Mariana Paraventi, veterinária e supervisora técnica da Petland&Co e Dra. Mei, os cães ficam mais suscetíveis ao vírus em épocas mais chuvosas e de clima mais frio, principalmente porque há uma queda de imunidade desses animais durante esses períodos.
“É importante diferenciar a gripe canina da traqueobronquite infecciosa canina, chamada popularmente, algumas vezes, por gripe canina ou tosse dos canis. Esta é causada por vírus (parainfluenza e adenovírus) e bactérias (bordetella)”, ressalta a profissional.
Sintomas da gripe canina
Geralmente, a gripe canina causa sintomas respiratórios leves. Mariana Paraventi lista alguns deles:
- Febre (geralmente baixa);
- Tosse persistente seca ou com catarro;
- Espirros;
- Apatia;
- Perda de apetite;
- Secreção nasal;
- Secreção ocular.
“Nos casos mais graves, os cães podem apresentar febre mais alta, pneumonia e outras complicações pulmonares”, alerta a profissional. Por isso, ao notar qualquer sintoma, é recomendado que o tutor leve o animal ao médico veterinário.
Inclusive, de acordo com Mariana Paraventi, alguns sintomas da gripe podem estar presentes em outros problemas de saúde, por isso o diagnóstico correto é tão importante. “O diagnóstico é realizado por exame físico, avaliação de sintomas e alguns exames laboratoriais”, explica a veterinária.
Perigos da gripe canina
Apesar de as infecções causadas por Influenza A apresentarem sintomas leves, é importante ter atenção com filhotes, idosos ou cães com alguma doença que cause baixa imunidade, pois eles estão mais suscetíveis ao agravamento da doença.
“Mesmo considerada, muitas vezes, uma doença com sintomas leves, deve-se ter atenção aos sinais da doença e na evolução deles, o que pode significar o agravamento do quadro, que pode evoluir para pneumonias, broncopneumonias ou outras doenças pulmonares”, alerta a veterinária.
Formas de transmissão
A gripe canina é altamente contagiosa e a sua transmissão ocorre por meio de fluidos respiratórios. “Algumas maneiras de transmissão são: tosse, latidos, espirros, objetos utilizados pelos animais infectados (comedouros e bebedouros, brinquedos, coleiras…), durante brincadeiras ou qualquer outro contato entre cães (principalmente em ambientes fechados) ou, até mesmo, através de pessoas que tiveram contato com um cão infectado”, lista Mariana Paraventi.
É importante lembrar que a gripe canina não é transmitida para humanos. “Porém, existem estudos que apontam raros casos de transmissão para outras espécies, como os gatos”, alerta a veterinária, que acrescenta: “mesmo não afetando os humanos, nós podemos levar o vírus para outros pets. Por isso, a higiene das mãos e troca de roupas após contato com cães sintomáticos deve ser realizada”.
Tratamento da gripe canina
Não existem remédios para gripe que eliminem o vírus. Dessa maneira, o tratamento consiste em combater os sintomas da doença, conforme o quadro do pet. “O tratamento pode incluir anti-inflamatórios, antitussígenos, antibióticos, inalação, vitaminas e, em quadros graves, pode haver indicação de internação para um acompanhamento mais intenso”, explica Mariana Paraventi.
Cuidados com o cão doente
Enquanto o animal estiver doente, é importante que o tutor tome alguns tipos de cuidados a fim de garantir a recuperação do pet e evitar a transmissão da doença para outros cães. “Além do tratamento prescrito pelo veterinário, o tutor deve manter seu pet isolado até o final dos sintomas, limpar os objetos (nos casos de outros cães ainda não infectados, separar os objetos), manter a limpeza do ambiente, alimentação correta e água abundante”, recomenda a veterinária.
Prevenindo a gripe canina
Algumas atitudes básicas por parte dos tutores podem ajudar a evitar a propagação da gripe canina e, consequentemente, prevenir que os cachorros fiquem doentes. “Por se tratar de um vírus com alta transmissão, durante os períodos de maior transmissão, deve-se evitar aglomerações de cães, principalmente em ambiente fechado”, recomenda Mariana Paraventi.
Além disso, também é importante cuidar da saúde do cachorro. “Como a gravidade e os sintomas da doença dependem da imunidade do pet, o ideal é assegurar uma defesa imunológica mais eficiente, com alimentação equilibrada e saudável, vacinação e vermifugação em dia, diminuir estresse, [oferecer ao animal] água fresca e filtrada”, finaliza a veterinária.