5 doenças comuns em cachorros idosos
Os pets têm vivido cada vez mais, e essa maior longevidade, embora apreciada por todos nós, traz consigo algumas fragilidades na saúde do animal que impactam de maneira negativa seu bem-estar, especialmente quando pensamos nos cães.
Apesar disso, o processo de envelhecimento é algo natural que envolve importantes mudanças no funcionamento do organismo do pet e consequentes alterações comportamentais, tanto para o cão quanto para seu tutor.
“Com os cães convivendo com a gente por mais tempo, começamos a perceber melhor doenças que não eram tão faladas antigamente e que estão muito associadas à questão da idade”, explica a veterinária Nathalia Fleming, que acrescenta: “saber que essas doenças existem e interferem na vida do pet ajuda, inclusive, nas políticas de prevenção, deixando os tutores mais atentos aos problemas e preparados para buscar auxílio veterinário com maior frequência”.
Envelhecer com qualidade de vida e bem-estar é importante para os animais, o que demanda entender a importância de um acompanhamento mais frequente com o veterinário. Veja abaixo algumas das principais doenças que acometem os cachorros idosos:
1. Doenças cardíacas
O tipo de problema e sua intensidade podem variar de acordo com o porte do animal, e quase sempre está diretamente relacionada à idade. No cão, o primeiro sintoma é a tosse seca, seguida pelo cansaço na realização de atividades simples.
A ausculta cardíaca faz parte da consulta com o veterinário, mas é recomendado que, a partir dos 5 anos, a avaliação cardíaca faça parte dos exames anuais do pet. Um animal com doença cardíaca pode ter vida normal, desde que diagnosticado precocemente e medicado de maneira correta, com acompanhamento contínuo e mais frequente do veterinário.
2. Problemas odontológicos
Assim como os humanos, quanto melhor cuidar dos dentes, menos problemas eles terão. Os problemas dentários mais comuns nos cachorros idosos são acúmulo de tártaro, placa bacteriana, doença periodontal e tumores na região da boca. Além disso, alguns dentes podem se quebrar ou sofrer com cáries. Em determinados casos, eles precisam ser extraídos.
A escovação dos dentes dos pets é um procedimento que deve ser feito, sempre que possível, desde filhote. É comum, com o avanço da idade, os dentes ficarem mais frágeis e caírem. Para prevenir grandes problemas, a avaliação da cavidade bucal e a limpeza de tártaro mais aprofundada podem ser recomendadas periodicamente.
3. Catarata
A catarata é a opacificação da lente do olho, que pode ocorrer de forma total ou parcial, e é irreversível. Ela pode estar relacionada com o processo natural de envelhecimento do cachorro ou com diabetes mal controlado, desnutrição, traumatismos e inflamações. O diagnóstico é feito pelo veterinário por meio do exame dos olhos e, quando detectada, é importante pesquisar sua origem para tratar.
Tipicamente, o quadro evolui para a cegueira do animal. Embora já exista cirurgia para reversão da catarata nos pets, ela pode não ser recomendada para alguns pacientes. É possível que o cão conviva com a condição sem maiores problemas com algumas adaptações.
Os passeios devem ser sempre no mesmo trajeto para que o cão se sinta seguro, reconhecendo os cheiros, os sons e as distâncias percorridas. Se possível, evite a mudança de mobília em casa, mantendo as coisas sempre no mesmo local para evitar que o pet se sinta perdido ou acabe batendo/esbarrando em algum móvel. A caminha, a água e o pote de comida devem permanecer sempre no mesmo local para que o cachorro possa ter acesso a eles sempre que precisar.
4. Problemas ortopédicos
Com o passar da idade, as articulações e as cartilagens vão se degradando, o que promove dores articulares. A doença ortopédica mais comum nos cães idosos é a artrose, e os principais sintomas observados envolvem locomoção mais lenta, dificuldades para acessar locais mais altos, resistência a passeios mais longos, manqueiras e, em alguns momentos de dor, os pets podem se mostrar um pouco resistentes ao toque na área das articulações.
A prevenção dos problemas ortopédicos se inicia com uma dieta equilibrada, já que o sobrepeso e a obesidade influenciam muito o desgaste precoce das articulações. Além disso, a realização regular de exercícios ajuda a manter a saúde muscular e aliviar o esforço das articulações.
Uma boa opção para os pets que já sofrem com algum desconforto articular pode ser a utilização da hidroesteira, que alivia o contato com o solo e acelera a reabilitação articular. Em alguns casos, o médico veterinário pode receitar medicamentos específicos para reduzir os quadros de dor e suplementos alimentares que ajudam na reposição de colágeno e na proteção articular.
5. Câncer
Tumores (as famosas “bolinhas”) em cães podem ser os primeiros sinais de câncer, principalmente nos cães idosos. Aumentos de volume dos linfonodos e presença de caroços pelo pescoço, axilas e dorso do animal e feridas que não cicatrizam são sinais de alerta!
Em outros casos, como linfomas e leucemias, os primeiros sinais podem ser observados em exames de sangue rotineiros. Casos de câncer nos pets têm crescido cada vez mais nos últimos anos, principalmente nos cães idosos, e, assim como nos humanos, a descoberta precoce traz maiores chances de cura.
O tratamento específico é determinado pelo médico veterinário e envolve o tipo de câncer, sua localização e estado geral do animal. Em alguns casos, é recomendada a cirurgia para retirada do tumor e quimioterapia; em outros, apenas a cirurgia ou o tratamento quimioterápico é necessário.
Por Gisele Assis