Complexidade das decisões na vida adulta vai além dos diagramas
Definir um rumo é sempre muito complexo. Tanto que aprendemos sobre isso em cursos ou nos bancos da universidade. Lembro-me da disciplina “Comunicação Organizacional e Processo Decisório”, que cursei na faculdade de Administração, onde aprendi sobre a tal “árvore da decisão”.
Naquela época, eu era uma jovem de 19 anos e a resolução mais significativa que tinha tomado, até então, havia sido escolher para qual graduação prestaria vestibular, numa época com poucas opções de carreiras e instituições de ensino.
Uso da “árvore da decisão”
A “árvore da decisão” é um tipo de representação gráfica, um diagrama que auxilia na análise de deliberações difíceis. Imaginem-na como uma árvore mesmo, com ramificações que representam diferentes cursos de ação, cada “galho” levando a um resultado distinto.
Essa ferramenta é amplamente usada nos negócios para desenvolver produtos, guiar investimentos e expandir mercados. Na medicina, auxilia na determinação de diagnósticos e tratamentos, enquanto na tecnologia é a base dos algoritmos de machine learning, entre outras inúmeras aplicações.
A vida é feita de escolhas
Nossa vida adulta é definida pelas escolhas que fazemos. Em maior ou menor complexidade, são elas que moldam nosso futuro, bem-estar e crescimento pessoal. Pois aquele mapeamento, que parecia intrincado lá atrás, revelou-se útil quando, recentemente, decidi encerrar um casamento de 22 anos, em um processo longo e doloroso que exigiu muita ponderação.
Ao considerar diferentes cursos de ação, perguntei-me: quais seriam as consequências? Como afetariam minha vida, a de meu filho, meu trabalho, minha família, finanças e amigos em comum? Decisões monumentais exigem um exame profundo dos prós e contras, das possíveis perdas e ganhos, das alegrias e das tristezas.
Emaranhado da árvore da vida real
A realidade é que, em ponderações pessoais, não podemos simplesmente reduzi-las a diagramas. Ao navegar entre a “árvore da decisão” e o emaranhado da árvore da vida real, devemos balancear análises racionais e emocionais.
Nossas escolhas devem ser conduzidas não apenas por resultados previsíveis, mas também pelo nosso desejo, convicções e motivações internas, bem como pelo reflexo disso tudo na vida dos demais envolvidos.
Nossa verdade interior deve ser o fio condutor de todas as vias possíveis, doloridas ou não. Sabendo ainda que não temos certeza de que aquele caminho foi o certo. Só saberemos com o tempo e com as consequências vividas daquela decisão. Sobre nossa felicidade e sobre os outros.
Por Luciana Pianaro – revista Vida Simples
Publisher e CEO da Vida Simples