Entenda como a escola interfere na imunidade das crianças
Uma das perguntas mais frequentes de pais e mães quando procuram um berçário é se o bebê ficará mais doente do que se estivesse em casa. Será que isso é verdade? A resposta pode ser sim, mas também não. Se, por um lado, o fato de a criança passar a frequentar um espaço coletivo, com outras crianças e adultos, a coloca em contato mais direto com fatores que podem abalar sua imunidade, é preciso observar, também, os demais lugares aos quais a criança vai a partir dessa fase. Ou seja, é nesse momento que os pais voltam a ampliar o convívio social e visitam lugares como shoppings, parques, elevadores, restaurantes e casas de amigos/familiares.
Importância para o sistema imunológico
Então, ao mesmo tempo que a criança passa a vivenciar muitas experiências coletivas, ela entra em contato com fatores que influenciam sua imunidade. Essas mudanças não podem ser encaradas como um perigo. Afinal, sabe-se que crianças que passam muito tempo resguardadas, em ambientes assépticos, não têm o desenvolvimento de seu sistema imunológico favorecido.
Como reduzir os riscos de contágio
Diante disso, o que pode ser feito para minimizar os riscos de contágio num espaço educativo? Uma coisa fundamental é garantir a limpeza dos espaços e materiais. Também é importante que os procedimentos de higiene, como a lavagem das mãos e uso de álcool em gel sejam garantidos.
Os brinquedos acabam sendo usados por muitas crianças, mas, caso uma delas esteja manifestando algum tipo de enfermidade, ou quando ainda é um bebê muito pequeno, é interessante reservar um kit com brinquedos a ser usado exclusivamente por ela.
Os ambientes devem ser ventilados, mesmo no tempo frio, pois a circulação do ar minimiza a proliferação dos agentes causadores de doenças. Quando uma criança apresenta mal-estar, os pais devem ser comunicados e, em muitos casos, deve ser solicitado que a levem para casa, mantendo-a afastada até liberação médica.
Bom senso é fundamental
Sabe-se, entretanto, que muitas viroses são transmitidas durante o período de incubação, quando a pessoa ainda não apresenta nenhum sintoma da doença. Por isso, muitas vezes, o melhor meio para se evitar o contágio é o bom-senso, tanto das famílias como das instituições, contando sempre com a assessoria de um pediatra.
É importante que pais, educadores e médicos reflitam sobre os motivos de terem escolhido colocar as crianças num espaço coletivo, e, se possível, tomem como ponto de reflexão a frase de Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas: “Viver é muito perigoso… Porque aprender a viver é que é o viver mesmo… Travessia perigosa, mas é a da vida”.
Ana Paula Yazbek
Formada em pedagogia pela Universidade de São Paulo, especialista em educação de crianças de zero a três anos, pelo Instituto Singularidades, mestre em educação pela Faculdade de Educação/USP. É diretora pedagógica e sócia do Espaço Ekoa, escola que atende crianças entre quatro meses e sete anos.
Por Ana Paula Yazbek em colaboração com Redação EdiCase