Conheça os sintomas e os tratamentos para a demência vascular

Conheça os sintomas e os tratamentos para a demência vascular
O comprometimento cognitivo vascular é o segundo tipo de demência mais comum no mundo (Imagem: Creativa Images | Shutterstock)

A demência vascular, também conhecida como comprometimento cognitivo vascular, é a perda da função mental devido à destruição do tecido cerebral. Segundo a Dra. Emily Gomes de Souza, psiquiatra da Clínica Revitalis, esse dano ao tecido é ocasionado por infartos em algumas regiões do cérebro, impedindo a passagem de sangue para esses locais. Com isso, a memória, a cognição e as funções executivas são extremamente prejudicadas. 

De acordo com um estudo recente da Dementia UK, organização sem fins lucrativos do Reino Unido, o comprometimento cognitivo vascular é o segundo tipo de demência mais comum no mundo, ficando atrás apenas do Alzheimer.  

Sintomas da demência vascular 

Os sintomas da demência vascular podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, conforme relata o Dr. João Nicoli, neurologista e especialista em Doenças Neuromusculares, Neuroimunologia e Eletroneuromiografia, os sinais mais comuns são: 

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  • Perda da memória
  • Dificuldade de concentração; 
  • Mudanças na personalidade; 
  • Complicações para realizar tarefas cotidianas; 
  • Transtornos de linguagem. 

Além disso, a Dra. Carolina Guedes, psiquiatra, psicoterapeuta e pós-graduada em psicodrama, reforça que, em muitos casos, “o indivíduo pode apresentar dificuldades visuoespaciais, isto é, de se locomover, de reconhecer ambientes e de entender as movimentações espaciais dentro dos ambientes”.  

Principais causas da doença 

As principais causas dos infartos cerebrais e, consequentemente, da demência vascular estão relacionadas às condições que afetam os vasos sanguíneos, como pressão alta, diabetes, doença arterial periférica (acúmulo de gorduras e cálcio nas paredes das artérias) e doenças cardíacas.  

Tipos de demência vascular 

De acordo com a Dra. Priscila Mageste, neurologista da Conexa – ecossistema digital de saúde integral –, existem diferentes tipos de demência vascular, sendo eles:  

  • Demência vascular isquêmica subcortical: relacionada a pequenas lesões nos vasos cerebrais; 
  • Demência vascular pós-AVC: o declínio cognitivo ocorre após, ou dentro, de seis meses de um acidente vascular cerebral
  • Demência mista: o comprometimento cognitivo vascular ocorre com outro tipo de demência, como o Alzheimer.  
Idosa segurando ilustração de um cérebro
Idosos e mulheres fazem parte do grupo de indivíduos mais afetados pela doença (Imagem: meeboonstudio | Shutterstock)

Grupos mais afetados 

Qualquer pessoa pode ser vítima de uma demência vascular. Contudo, a Dra. Carolina Guedes explica que os fatores de risco estão muito relacionados à idade e à genética. Com isso, os idosos e as mulheres são os mais afetados.  

Ademais, outros grupos de risco são os tabagistas, os obesos, os sedentários, os hipertensos, os diabéticos, os que apresentam doenças inflamatórias e os que possuem antecedentes familiares de acidente vascular cerebral e problemas cardiovasculares.  

Consequências da demência vascular 

As consequências da demência vascular variam conforme a gravidade da doença e o tratamento realizado. “A curto prazo, podem ocorrer dificuldades cognitivas e funcionais. A médio e longo prazo, a progressão pode levar a complicações mais graves, como incapacidade cognitiva e dependência para atividades diárias”, detalha o Dr. João Nicoli. 

Além dos prejuízos citados, devido à doença, o indivíduo tem tendência a apresentar um quadro depressivo, principalmente se a cognição não tiver sido totalmente prejudicada. “Os neurônios respondem mal, e a demência é algo crônico com prognóstico de piora, o que dificulta o paciente a ter uma percepção otimista da vida”, completa a Dra. Carolina Guedes. 

Diagnóstico da doença 

O diagnóstico da demência vascular é realizado por meio da junção de diversos procedimentos, sendo eles: avaliação clínica, exames neurológicos, exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) e análise do histórico médico do paciente. 

A neurologista Dra. Priscila Mageste enfatiza que, para um diagnóstico eficiente, é preciso que o médico avalie a funcionalidade das atividades instrumentais básicas da vida do indivíduo, bem como antecedentes depressivos e psiquiátricos.  

Tratamentos indicados 

A demência vascular não tem cura, entretanto há diferentes formas de tratá-la. “O tratamento geralmente é medicamentoso, para ajudar a retardar esse processo degenerativo. Há também o tratamento das comorbidades, como hipertensão, diabetes, enfim”, pontua a psiquiatra Dra. Emily Gomes de Souza. Além disso, segundo a Dra. Priscila Mageste, devem ser realizadas reabilitação cognitiva, terapias e atividade física.  

Homens e mulheres de meia-idade sentados sorrindo
Familiares e amigos podem oferecer ao paciente apoio emocional e auxílio na construção de uma vida mais saudável (Imagem: Olena Yakobchuk | Shutterstock)

Apoio dos amigos e da família 

Assim como a intervenção médica, a rede de apoio é extremamente importante para a pessoa com demência vascular. De acordo com o Dr. João Nicoli, familiares e amigos podem oferecer ao paciente apoio emocional, auxiliar nas atividades diárias, incentivar um estilo de vida saudável e participar de programas de suporte e cuidados especializados. 

“Costumo dizer que, quando diagnosticamos um paciente com demência vascular, diagnosticamos toda a família. Dos cuidadores aos familiares mais próximos, não há quem não sofra o impacto dessa doença. Por essa razão, é muito importante que a rede de apoio do paciente reserve um tempo para cuidar de si”, acrescenta o neurologista. 

Hábitos saudáveis como grandes aliados 

Adotar hábitos saudáveis é essencial tanto para prevenir a demência vascular quanto para melhorar a qualidade de vida em geral. A Dra. Carolina Souza, fisioterapeuta e pesquisadora do Hospital das Clínicas, revela que a alimentação balanceada, a prática de exercícios físicos e o controle dos fatores de risco, como diabetes e hipertensão, são ótimas táticas de prevenção. 

“Treinos cognitivos também podem ajudar (aprendizagem de um novo idioma, palavras-cruzadas, exercícios para a memória). Essas tarefas são importantes para a formação de uma reserva cognitiva que atua como fator neuroprotetor para a prevenção das demências”, conclui.  

Agnes Faria

Jornalista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Entusiasta das ideias e nuances do jornalismo moderno. Já atuou na produção de conteúdo para portais de notícias, revistas, blogs e redes sociais. Na EdiCase, escreve sobre diferentes temáticas, como informática, educação, saúde e entretenimento.

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