Dia do Frevo: 10 curiosidades sobre essa forma de manifestação cultural

Dia do Frevo: 10 curiosidades sobre essa forma de manifestação cultural
O frevo é uma manifestação cultural que envolve tanto música quanto dança (Imagem: Brastock | Shutterstock)

Em 14 de setembro é comemorado o ‘Dia Nacional do Frevo’, uma celebração de extrema importância na cultura brasileira, especialmente na região de Pernambuco, em que o frevo nasceu e floresceu. A data é uma homenagem a esse gênero musical e de dança que se tornou um dos símbolos mais emblemáticos do Carnaval de Recife e Olinda, bem como de toda a cultura pernambucana.

A seguir, confira 10 curiosidades sobre o Dia do Frevo!

1. Rica herança cultural

O frevo passou por uma evolução ao longo dos anos, se transformando em uma manifestação artística singular que mescla música, dança e teatro de forma única e vibrante. O ‘Dia do Frevo’ não só celebra essa rica herança cultural, mas também enfatiza seu papel fundamental na preservação da identidade cultural do povo pernambucano e na promoção da diversidade cultural brasileira.

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Nessa data, as ruas se enchem de música, dança e alegria, lembrando a todos que o frevo é mais que uma simples manifestação artística, é uma parte essencial da história e da alma do Brasil.

2. Símbolo de resistência negra

A história do frevo remonta ao final do século 19, um período marcado por profundas tensões sociais no Brasil, especialmente após a abolição da escravidão, quando um grande número de pessoas escravizadas começou a ocupar os espaços urbanos.

Nesse contexto, durante os blocos de carnaval de rua, as classes populares, compostas por desempregados marginalizados, encontraram uma forma de expressar sua resistência por meio de uma dança frenética, acompanhada pelo som das bandas militares que executavam instrumentos de sopro.

3. Reconhecimento como Patrimônio Cultural

Em 2012, o frevo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, o que ajudou a aumentar a visibilidade e a importância dessa manifestação cultural. Antes, em 2007, já havia recebido esse título pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

4. Mistura de várias expressões populares

O frevo é uma manifestação cultural que envolve tanto música quanto dança. A música, marcada por ritmos rápidos e vibrantes, foi influenciada pelo maxixe e pela marcha, enquanto a dança, conhecida como “passo”, incorporou fortemente elementos da capoeira, evidenciados pelos movimentos acrobáticos presentes em ambas as expressões.

3. Uso do guarda-chuva

Inicialmente, as pessoas que praticavam o frevo nas ruas de Pernambuco o faziam como forma de diversão, mas principalmente como um ato de resistência à opressão. Eram, em sua maioria, homens pobres, sem oportunidades de trabalho e repletos de indignação. Eles incorporavam movimentos da capoeira, que era proibida na época, e levavam nas mãos porretes de madeira como armas.

Com o tempo e devido à repressão, substituíram os porretes por guarda-chuvas pontiagudos. À medida que a dança se transformava, esses guarda-chuvas deram lugar às pequenas sombrinhas coloridas, emblemáticas do frevo atualmente.

5. Três tipos de frevo

Na cultura popular do frevo, destacam-se três vertentes. O mais reconhecido é o frevo de rua, em que os passistas dançam ao som enérgico dos instrumentos de sopro. Outra variante é o frevo-canção, caracterizado por um ritmo mais lento e acompanhado por vocais. Por fim, há o frevo de bloco, também chamado “marcha de bloco”, que incorpora não apenas instrumentos de sopro, mas também de corda.

6. Combinação de passos de dança

Os passos de frevo são conhecidos por sua complexidade e agilidade. Alguns dos mais famosos incluem a tesoura, a passagem, a dobradinha e o pião. Os dançarinos muitas vezes combinam esses passos de maneira fluida e improvisam conforme a música e o momento, criando um espetáculo vibrante e cheio de energia. Cada passo é uma expressão da paixão e do ritmo que fazem do frevo uma dança tão única e emocionante.

Dançarina de frevo durante o Carnaval nas ruas de Olinda
As cores dos trajes de frevo refletem a alegria e a energia da dança (Imagem: UpFilms | Shutterstock)

7. Escolha das roupas

As roupas de frevo são conhecidas por suas cores vibrantes, pelos adereços elaborados e pelos guarda-chuvas decorados. Esses trajes refletem a alegria e a energia da dança, com tons de vermelho, amarelo e azul predominantes.

Os dançarinos também usam capas, coletes e, em algumas ocasiões, máscaras e maquiagem, adicionando estilo e individualidade. As roupas leves e confortáveis permitem movimentos ágeis e expressivos, tornando-as essenciais para a exuberância do frevo.

8. Competições de frevo

Em Pernambuco, competições de frevo reúnem grupos de dançarinos que exibem suas habilidades e coreografias em busca de prêmios e reconhecimento. Esses eventos promovem competição saudável e estimulam inovações na dança tradicional do frevo.

Uma das competições mais famosas em Pernambuco é o “Festival de Frevo Maestro Spok”, que homenageia o renomado músico e maestro Spok, um dos ícones do frevo. Essa festa reúne grupos de dançarinos de todo o estado em uma disputa emocionante, celebrando a tradição e a criatividade do frevo pernambucano.

9. Escolas de frevo

Pernambuco possui escolas e academias que ensinam frevo a pessoas de todas as idades. Essas instituições não apenas ensinam os passos e movimentos do frevo, mas também promovem a valorização da cultura pernambucana e incentivam a participação ativa das novas gerações.

Elas desempenham um papel fundamental na preservação dessa tradição, garantindo que continue a ser uma parte vibrante e significativa do patrimônio cultural de Pernambuco, compartilhado e apreciado por pessoas de todas as idades.

10. Marchinhas de carnaval

As marchinhas de Carnaval no frevo oferecem um contraponto emocional à energia frenética da dança. Com melodias cativantes e letras muitas vezes humorísticas, equilibram o ritmo acelerado, proporcionando momentos de descontração e interação entre os foliões durante os desfiles de blocos.

Essa diversidade musical enriquece a experiência do público, criando uma atmosfera festiva e emocionante. As marchinhas também resgatam tradições carnavalescas, conectando as gerações e mantendo vivas as raízes culturais do frevo.

Janaine Fernandes

Jornalista, repórter, apresentadora e social media. Me apaixonei pela comunicação aos 15 anos e desde então sigo na missão de revolucionar a forma de atuação do jornalismo brasileiro na periferia. Em 2019 criei o Marginalmente, um portal para falar sobre arte, cultura e urgências da quebrada. Já escrevi para a revista Já Deu o Time e Digital Favela, gravei a série “Canal da Quebrada” e fiz parte do time de jornalistas da KondZilla. Atualmente faço parte do time EdiCase como assistente de redação.

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