Entenda os desafios e os tratamentos da Síndrome de Borderline

Entenda os desafios e os tratamentos da Síndrome de Borderline
O borderline é caracterizado por um padrão de instabilidade contínua no humor (Imagem: Olga W Boeva | Shutterstock)

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um distúrbio mental que impacta milhões de pessoas ao redor do mundo. Marcada por variações contínuas no humor, comportamento, na autoimagem e no funcionamento, a síndrome é frequentemente subdiagnosticada, dificultando o acesso ao tratamento adequado. 

Principais sintomas do transtorno

Segundo a psicóloga e especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP Vanessa Gebrim, o Transtorno de Personalidade Borderline engloba diversos sintomas, dando destaque às mudanças emocionais repentinas. “Os sintomas mais comuns englobam instabilidade emocional, sensação de inutilidade, insegurança, impulsividade e relações sociais prejudicadas, sentimento de vazio, angústia de abandono e pensamentos suicidas”, afirma a psicóloga.

Realização do diagnóstico

A Síndrome de Borderline é muitas vezes mal interpretada, o que dificulta o tratamento adequado. “Um psiquiatra ou psicólogo pode diagnosticar o transtorno com base em uma entrevista completa e um exame médico abrangente. A análise clínica pode ajudar a descartar outras possíveis doenças e transtornos. Infelizmente, a Síndrome de Borderline é muitas vezes subdiagnosticada ou mal diagnosticada”, destaca a psicóloga Vanessa Gebrim.

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Possíveis causas do Borderline

Quanto às causas do TPB, Vanessa Gebrim explica que ainda não estão totalmente claras. “O transtorno pode ocorrer devido à predisposição genética. No entanto, experiências emocionais fortes enquanto criança, como enfrentar uma doença ou morte, abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico, físico, separação dos pais ou orfandade podem levar ao desenvolvimento do transtorno”, esclarece.

Impacto do transtorno no dia a dia

Uma das principais consequências do borderline é o impacto nas relações interpessoais. “Os indivíduos com TPB costumam desenvolver relações intensas e instáveis com familiares, amigos e entes queridos, muitas vezes passando de extrema proximidade e amor (idealização) à extrema fúria ou ódio (desvalorização). Possuem um humor intenso e altamente variável, com cada episódio durando de algumas horas a alguns dias. E possuem alta sensibilidade à rejeição […] pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais”, destaca.

Formas de tratamento

Em relação ao tratamento, é importante uma abordagem multidisciplinar. “O tratamento é realizado com o uso de medicamentos antidepressivos, estabilizadores de humor e calmantes indicados pelo médico psiquiatra. Em alguns casos, a internação pode ser necessária. Além do tratamento com remédios, é necessário manter acompanhamento psicológico para realizar psicoterapia e ajudar o indivíduo a controlar suas emoções negativas, como saber enfrentar momentos de maior estresse”, enfatiza Vanessa Gebrim.

A psicóloga esclarece que o TPB não tem cura, mas pode ser tratado com sucesso. “Os psicólogos e psiquiatras desempenham um papel fundamental para que os pacientes controlem seus impulsos e emoções, elevando sua qualidade de vida e prevenindo situações mais severas, como os pensamentos suicidas”, afirma.

Ilustração representando uma mulher bipolar
O Transtorno de Borderline pode desenvolver outras síndromes, como bipolaridade, depressão e transtornos alimentares (Imagem: Vectorium | Shutterstock)

Desenvolvimento de outras doenças e transtornos

Também é importante ficar alerta sobre possíveis complicações associadas ao TPB: “Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros”, revela.

A importância do apoio familiar

Por fim, é essencial o apoio da família e dos amigos durante o tratamento. “Incentivar a pessoa a buscar ajuda nem sempre é fácil e, muitas vezes, a família precisa levar o borderline às sessões e participar da terapia, para saber administrar os conflitos. É importante que os familiares e amigos saibam que o tratamento funciona, ainda que leve tempo. O apoio deles é fundamental durante o processo”, conclui a psicóloga.

Por Maria Carolina Rossi

Redação EdiCase

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