Enxaqueca: entenda como a alimentação pode melhorar ou piorar os sintomas
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 15% da população do planeta sofre de enxaqueca. Algumas causas desse mal são: falta de sono, estresse, variações de temperatura, hábitos alimentares etc. Ainda há, no caso das mulheres, aquela dor de cabeça típica do período pré-menstrual.
A nutricionista Andréia Manetti Previero explica que a enxaqueca é uma doença crônica de característica genética causada por uma hipersensibilidade do cérebro. “Quando uma situação é interpretada como algo estressante, a resposta gerada pelo cérebro é em forma de dor. Esta dor pode vir seguida de náuseas, vômitos, intolerância à luz e a ruídos. É uma doença transitória, porém incurável”, esclarece.
Tipos de dores de cabeça
As cefaleias, chamadas popularmente de dor de cabeça, são divididas em primárias e secundárias. A enxaqueca é um tipo de cefaleia primária, que não possui uma doença desencadeadora – como é o caso das cefaleias secundárias, em que a causa é associada a alguma lesão neurológica ou distúrbios sistêmicos.
Alimentos podem piorar a dor
Em alguns casos, a enxaqueca pode ser estimulada por alguns tipos de comidas. “Existem alimentos que podem ser fatores desencadeantes da enxaqueca, pois são vasodilatadores, ou seja, eles irão aumentar o fluxo sanguíneo cerebral, hipersensibilizando o cérebro e resultando em dor”, afirma a nutricionista. Alguns dos alimentos que causam a dilatação dos vasos são carboidratos refinados, gorduras e embutidos.
Comidas contra a enxaqueca
Ainda de acordo com Andréia Manetti Previero, também existem alimentos que irão melhorar e combater os quadros de enxaqueca, pois vão evitar que substâncias pró-inflamatórias causem a dilatação dos vasos sanguíneos. O ômega 3 presente em salmão, sardinha, arenque, atum e semente de linhaça, por exemplo, tem ação anti-inflamatória.
Além disso, existem alimentos ricos em minerais que irão contribuir para o equilíbrio metabólico e melhor funcionamento da circulação sanguínea. O selênio, por exemplo, é um mineral que está presente em alimentos como salmão, castanha-do-pará, fígado de boi e farelo de trigo.
Importância do magnésio
Também há alimentos que estimulam a produção de substâncias que causam bem-estar. Um exemplo é o magnésio, presente no feijão-preto, espinafre, castanha-de-caju, amêndoas, sementes de abóbora, pistache, alcachofra e chocolate meio amargo.
A concentração de magnésio no corpo afeta os receptores de serotonina – substância responsável por regular a percepção da dor e disposição – bem como outros receptores e neurotransmissores relacionados à enxaqueca. O magnésio também tem ação relaxante, o que pode amenizar a dor de cabeça quando a causa for por estresse, ansiedade e TPM.
Consumo adequado de água
A ingestão adequada de água (de 6 a 8 copos de 200 ml por dia) pode auxiliar no combate à enxaqueca, afirma a nutricionista Andréia Manetti Previero, pois ajuda a controlar a pressão sanguínea, o sangue circula com facilidade pelo organismo prevenindo casos de vasoconstrições e vasodilatações que possam ocasionar a enxaqueca.
Outras causas do problema
Segundo Andréia Manetti Previero, existem fatores desencadeantes da enxaqueca que não estão relacionados à alimentação, os mais citados são o estresse, jejum prolongado, sono e fadiga. “Por isso, recomenda-se sempre a prática de atividade física ou qualquer atividade que irá aliviar o estresse, evitar longos períodos de jejum (sempre comer de 3 em 3 horas) e sempre dormir pelo menos de 6 a 8 horas por dia”, afirma.
Para tratar a enxaqueca, quando os sintomas forem persistentes, o ideal é consultar um neurologista para investigar o tratamento ideal. Mas, além de usar medicamentos, algumas atitudes e hábitos do dia a dia podem auxiliar a combater ou minimizar os sintomas da enxaqueca.