Especialista explica que o leite materno é suficiente para suprir as necessidades do bebê
“Será que meu leite está sustentando o bebê?” “Será que não preciso dar um complemento?” Essas são perguntas frequentes feitas por mães que estão amamentando, principalmente nos primeiros dias de vida da criança. Essas questões são respondidas, muitas vezes, por pessoas que ajudam a reforçar a dúvida e a crença de que o leite materno é fraco e não sustenta o bebê. Vamos, então, analisar algumas questões:
Primeiro leite
O primeiro leite que a mãe produz é o colostro, que é rico para uma primeira nutrição. Mas sai em pequena quantidade, adequado aos primeiros dias de vida.
Aumento da produção de leite
Entre o terceiro e o quarto dias de vida, há a descida do leite. Nesse momento a mulher “sente” o peito cheio, mas nem sempre o bebê consegue extrair todo o leite produzido. Aos poucos a produção do leite vai se acertando com a demanda da criança, e a mãe pode erroneamente pensar que está produzindo menos leite.
Avalie o choro do bebê
O bebê chora por muitos motivos, e não só por fome. É preciso avaliar a real necessidade para não interpretar que o leite materno está sendo insuficiente.
Esvazie uma mama por vez
Quanto mais o bebê sugar, maior será a produção de leite. É preciso esgotar uma mama para poder oferecer a outra. Isso funciona como um comando enviado ao cérebro, avisando que o estoque está sendo utilizado e que é necessário providenciar mais.
Consumo adequado do leite
O primeiro leite oferecido em uma mamada é rico em água e sais minerais, chamado leite anterior. O leite que vem na sequência, leite posterior, é rico em gordura, o que faz o bebê crescer e engordar. Portanto, se o bebê não estiver extraindo o leite posterior, ele vai ter fome logo, e a mãe pode interpretar que seu leite é fraco.
Cuidados com a pega
A pega é outro fator que pode interferir negativamente se não for adequada. O bebê precisa abocanhar uma parte da aréola, além do bico, e fazer movimentos de ordenha para a retirada do leite dos alvéolos.
Caso a criança esteja mal posicionada e não consiga fazer a extração adequada do leite, ficará irritada, balançando a cabeça, como a dizer que não está bom assim, e a mãe acabará interpretando que o bebê não quer mais seu leite.
Tenha paciência e procure ajuda
Enfim, há vários fatores que podem ser melhorados e que contribuem para o sucesso da amamentação. É importante a mulher ter ajuda das pessoas próximas a ela ou de algum profissional em que confie.
Há muitos grupos de apoio para mulheres nas redes sociais. Saber que outras mulheres passam por dilemas iguais e descobrir como conseguiram resolver certas questões pode contribuir para acalmar a mãe.
O mais importante é ter paciência, com a certeza de que o leite materno é o melhor alimento para o bebê, nunca sendo fraco ou insuficiente. E aproveite, pois, indo além da nutrição, a amamentação deve ser um momento de prazer e intimidade entre você e seu bebê.
Por Dra. Lucimeire Brockveld em colaboração com Redação EdiCase
Possui doutorado, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, em Educação Odontológica, Aleitamento Materno e Alimentação Complementar.