Gravidez tardia: conheça os riscos e os benefícios
É muito comum que as mulheres planejem ter filhos cada vez mais tarde. Seja por conta da carreira, pela estabilidade financeira, pela falta de um relacionamento sólido, entre muitas outras razões. Na última década, de acordo com dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde, o número de mulheres que engravidaram após os 35 anos cresceu 84% no Brasil. Entretanto, é importante saber que os riscos à saúde, tanto da mulher quanto do bebê, aumentam conforme a idade.
Existe uma idade ideal para a mulher engravidar?
De acordo com o Dr. Rodopiano Florêncio, especialista em ginecologia e reprodução humana, a idade ideal para a mulher engravidar é abaixo dos 35 anos, ou até 37 anos. Isso porque, a partir de 38 anos, o percentual de aborto aumenta. Além disso, as chances de engravidar de forma natural também diminuem com a idade.
Riscos da gravidez tardia
Cerca de 90% dos óvulos de uma mulher com mais de 40 anos apresentam defeito genético. Além disso, as probabilidades de engravidar naturalmente começam a diminuir a partir dos 27 anos e diminuem ainda mais com o avanço da idade.
“Na gravidez tardia, acima de 38 anos, existe maior chance de aborto e maior risco de doenças cromossômicas [como a síndrome de Down], sendo que estes problemas se acentuam acima dos 40 anos”, alerta o Dr. Rodopiano Florêncio.
Por outro lado, o ginecologista Dr. Fábio Passos ameniza a tensão sobre a gravidez tardia. “Hoje, com a mulher cada vez mais praticando atividade física e cuidando da alimentação, os riscos envolvidos são cada vez menores”, afirma.
Gestação após os 40 anos
É preciso ficar atenta quando a primeira gravidez ocorre a partir de 40 anos, pois, nesse caso, outras complicações podem surgir. Além das chances de aborto e doenças cromossômicas, citadas anteriormente, também pode ocorrer problemas obstétricos, conforme explica o Dr. Rodopiano Florêncio.
“Para a mulher que fará tratamento para engravidar (reprodução assistida), o ideal é que ela faça o estudo genético dos embriões antes de transferi-los. Isso diminuirá as chances de doenças cromossômicas”, aconselha o especialista.
Diferença entre idades
Em relação ao aspecto psicológico, muitas pessoas acreditam que a grande diferença de idade entre a mãe e os filhos pode atrapalhar a relação e trazer prejuízos para o desenvolvimento da criança. Mas, de acordo com o Dr. Fábio Passos, isso é mais uma questão de costume, de alguns padrões que estão em constante mudança.
“Assim como no passado era estranho ter pais separados, hoje passa a ser mais comum ter filhos adolescentes com pais sexagenários”, acrescenta. Além disso, a estabilidade financeira e a maturidade dos pais pode ser um grande benefício.