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O lirismo da vida: quem controla a sua narrativa?

Jovem bruxa lançando feitiço com uma varinha mágica

Não é à toa que as feiticeiras usam uma varinha mágica (Imagem: Kiselev Andrey Valerevich | Shutterstock)

Você já parou para pensar sobre o quanto a vida pode ser encantadora? Sim, é isso que chamo “Lirismo da Vida”. E, como Magos, nós somos levados a empreender uma busca eterna sobre isso. Todos nós sabemos que a vida passa. Temos o momento do nascimento e o momento da morte. Independentemente da sua crença do que acontece depois disso, há um momento em que a vida acaba, certo?

Entre um ponto e outro, nós temos altos e baixos. Alguns altos, muito altos. E também os baixos, muito baixos. Uma peça musical também acontece dessa forma: ela geralmente começa tranquila, mantendo uma certa vibração em sua alma. De repente, há um pequeno declínio, que é seguido por uma parte muito vibrante, que chamamos “crescendo” para, no final, terminar de uma forma parecida com o começo. O controle desse vai e vem é um dos fatores que faz uma música ser memorável ou não.

E na vida, onde há o lirismo?

Na vida, nós podemos encontrar várias dessas pequenas construções que se entrelaçam e fazem com que o todo da vida se “bagunce” um pouco. Onde há o lirismo? Em toda a parte.

Seu dia é uma peça completa. Sua semana é outra. Seu mês, seu ano e assim por diante. E não é só em questão de tempo: as relações que você tem com as pessoas também: seu namoro é uma peça dentro de outras tantas que têm durações e frequências diferentes que acontecem, praticamente, de forma matemática.

Isso é tão interessante que velhas formas de se fazer Magia levam essa sequência em conta. A Kabbalah é uma delas, e a Feitiçaria, outra.

A Feitiçaria

Você vai achar isso bem estranho, mas a Feitiçaria é, basicamente, o controle de uma coisa que chamamos “narrativa” em que o Feiticeiro (ou o alvo) se encontra. É compreender a matemática envolvente da vida e conseguir chamar os números para uma valsa, fazendo com que eles se coloquem ao seu dispor, não o contrário.

A Feitiçaria aprende a tratar o lirismo da vida como algo realmente lírico, o que nos é tirado nos dias de hoje durante a adolescência, quando somos apresentados ao mundo real. A Feiticeira vê o mundo como uma grande valsa em que os acontecimentos são a canção sendo tocada: a força dos metais ribombando em nossos ouvidos é o nosso momento intempestivo que pode ser suavizado com os violinos dos amores.

A Valsa da Vida

Para o Feiticeiro, a vida se torna, então, uma grande valsa. Uma Valsa da Vida, interpretada por um maestro que (como todo maestro) tem todos os instrumentos sob seu controle. Controlar os instrumentos é controlar os acontecimentos, pois o controle desses instrumentos controla, também, o ritmo da valsa.

Controlar a valsa é controlar a narrativa que é toda a vida.

A Feiticeira é quem é porque sabe dessa narrativa. Olhe, por exemplo, as histórias em que aparecem as feiticeiras, geralmente contos de fadas: elas não perguntam, elas sabem. E não são dominadas, por mais que possam ser apresentadas como vilãs. Elas sempre sabem.

E sabem por que controlam a narrativa. Controlam a história que é contada em suas próprias vidas. Elas sabem o que colocar no caldeirão. Não precisam de velhos livros, nem de heróis: elas simplesmente dançam a grande valsa da vida. Não é à toa que as feiticeiras usam uma varinha mágica, também conhecida como…

…Baqueta.

Agora, a grande pergunta que faço a você é: quem segura a baqueta da sua vida?

Por Nino Denani

Pós-graduado em neuropsicologia, Mago Hermetista, Grão Mestre da Ordem do Grande Oriente Místico e host do canal do Nino Denani no YouTube.

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