A hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma doença crônica que atinge 35% da população brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a pasta, ela é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias.
Por causa disso, a pressão alta faz com que o coração precise exercer um esforço maior do que o normal para fazer o sangue circular corretamente pelo corpo. Além disso, ela é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Cuidado com a medição
De acordo com o clínico geral especialista em medicina do trabalho e promoção de saúde, Renato Igino dos Santos, qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial acima de 140x90mmHg e não ser hipertenso. “Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados, em múltiplas medições, em diferentes horários, posições e condições, como repouso, sentado ou deitado, caracteriza a hipertensão arterial”, define o médico.
Como se dá o diagnóstico
Para o diagnóstico da hipertensão é necessário que os números elevados se repitam por, pelo menos, 3 exames consecutivos. Isso porque algumas elevações ocasionais da pressão podem ocorrer com exercícios físicos, nervosismo, preocupações, drogas, alimentos, fumo, álcool e café.
O exame que mede a pressão é simples e deve ser feito em qualquer consulta médica, independente da especialidade clínica. Como a hipertensão é uma doença assintomática, quanto mais vezes o exame for feito, mais fácil será para detectar qualquer anormalidade.
Quais são os sintomas da hipertensão?
A ausência de sintomas da hipertensão é um dos maiores perigos da doença. Geralmente não são observados sinais. Porém, quando estes ocorrem, são comuns a outras patologias, tais como dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjoos, falta de ar e sangramentos nasais. Inclusive, isso pode dificultar o diagnóstico ou fazer com que os pacientes esqueçam de usar os medicamentos necessários para controlar a pressão arterial.
Quais são as causas da hipertensão?
A hipertensão arterial é uma doença multifatorial, ou seja, ela pode ter diversas causas. Entretanto, é possível dividi-la em primária e secundária. A primeira ocorre quando a causa é desconhecida. Nesses pacientes, acontece aumento da rigidez das paredes arteriais, e a herança genética pode contribuir para o aparecimento da doença.
O médico Renato Igino dos Santos explica que na hipertensão secundária não existe uma causa conhecida que predomina sobre as demais. Mas, existem variadas causas que podem impulsioná-la, como hipertensão por doenças nos rins; hipertensão relacionada à gravidez; hipertensão medicamentosa, causada pelo uso ou abuso de determinadas drogas como corticoides, anti-inflamatórios, antidepressivos; entre outras.
Previna a hipertensão
De acordo com o cardiologista Allan Cembranel, algumas mudanças no estilo de vida, como praticar exercícios físicos regularmente, ajudam no combate à hipertensão. Além disso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado contínuo podem prevenir complicações mais graves causadas pela pressão alta. A cardiologista Marly Uellendahl afirma que a melhor forma de evitar a doença é adquirir hábitos alimentares saudáveis desde a infância, controlar o peso e não consumir bebidas alcoólicas em excesso.
Hipertensão e idade
A hipertensão também pode estar diretamente relacionada ao envelhecimento. De acordo com o médico Renato Igino dos Santos, é comum que a pressão arterial aumente com a idade devido às alterações vasculares que acompanham o envelhecimento.
Como prevenir a hipertensão
Existem medidas de ordem preventiva que postergam o surgimento da hipertensão arterial, “como a alimentação saudável, consumo controlado de sódio, não só o cloreto de sódio, consumo controlado de álcool, aumento do consumo de alimentos ricos em potássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo”, incentiva o clínico geral.
Tratamentos para a doença
Existem dois tipos de tratamentos básicos para a hipertensão arterial: o não medicamentoso e o medicamentoso. Na maioria dos pacientes, inicia-se o tratamento com medidas não-farmacológicas, alterando alguns hábitos pouco saudáveis.
“São mudanças do estilo de vida: controle do peso, adquirir um padrão alimentar com redução do consumo de sal e álcool e a realização de atividade física regular”, explica o cardiologista José Luiz Cassiolato.