3 problemas frequentemente confundidos com lipedema e como diferenciá-los

3 problemas frequentemente confundidos com lipedema e como diferenciá-los
Apesar de ser um problema frequente, o lipedema ainda é uma condição muito confundida (Imagem: Velista production | Shutterstock)

Caracterizado pelo acúmulo de tecido gorduroso com aumento desproporcional no tamanho, principalmente das pernas e quadris, o lipedema, segundo pesquisas, afeta uma em cada dez mulheres no mundo, no entanto, ainda é uma condição pouco conhecida entre as pessoas. Devido a isso, a enfermidade é frequentemente confundida com quadros como celulite e retenção de líquido, o que faz com que muitos pacientes não busquem ajuda, podendo agravar o quadro.

“O diagnóstico incorreto não só atrasa o tratamento, consequentemente agravando o quadro, mas também causa muito frustração à paciente, visto que, além de ser crônico, o lipedema tem como característica o acúmulo de uma gordura doente que, geralmente, não responda às mudanças de hábitos, como dietas e práticas de atividade física, comumente adotadas em casos de obesidade”, afirma a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita.

Considerando isso, a especialista aponta as características do lipedema e como diferenciá-lo de outros problemas. Veja!

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1. Obesidade

A obesidade é um distúrbio metabólico caracterizado pelo acúmulo de gordura corporal. De acordo com a Dra. Aline Lamaita, na obesidade, a gordura é distribuída de maneira mais uniforme no corpo todo, enquanto no lipedema essa gordura geralmente concentra-se nos quadris e pernas, é dolorida e pode levar ao aparecimento de pequenos nódulos.

“O tipo de gordura também é diferente. Enquanto no lipedema trata-se apenas de gordura subcutânea, que está localizada abaixo da pele e é difícil de ser perdida apenas com hábitos saudáveis, em quadros de obesidade há, além da gordura subcutânea, gordura visceral, que é aquela que fica entre os órgãos e é a grande responsável por uma série de problemas de saúde, mas também é mais fácil de ser eliminada com mudanças no estilo de vida”, diz a médica.

Ainda segundo a Dra. Aline Lamaita, pessoas com sobrepeso devem ficar especialmente atentas ao lipedema, visto que pode ser difícil notar o aumento do tamanho dos membros inferiores.

2. Linfedema

Apesar do nome similar, o lipedema e o linfedema são doenças diferentes, com causas distintas. No linfedema, há um inchaço dos braços e pernas devido ao acúmulo de líquidos, e não de gordura, nos membros.

“O linfedema ocorre devido a alguma obstrução no sistema linfático. E, ao contrário do lipedema, o lipenfedema não é simétrico, afetando somente uma perna ou braço, além de não causar sensação dolorosa ao toque, salvo em casos em que há alguma outra condição associada”, afirma a médica.

A especialista também ressalta: “é importante frisar ainda que o lipedema, em seus estágios mais avançados, pode levar ao surgimento de linfedema. Por isso, é fundamental controlar o lipedema para evitar esse quadro de doenças associadas, o que torna mais difícil de revertê-lo.”

Mulher vestindo roupão e olhando as pernas em cima de uma cama
Lipedema e celulite estão relacionados ao acúmulo de gordura (Imagem: Olena Yakobchuk | Shutterstock)

3. Celulite

Tanto a celulite quanto o lipedema estão relacionados a um acúmulo anormal de gordura e, como o lipedema pode causar nódulos visíveis na pele que podem conferir um aspecto semelhante à celulite, as condições podem ser facilmente confundidas.

“Novamente, para diferenciá-las, é importante prestar atenção na dor. A celulite não causa dor ao toque como o lipedema. É uma condição puramente estética. Além disso, preste atenção à evolução: se os nódulos crescerem, o tamanho das pernas aumentar e a pele começar a dobrar, como se fosse flácida, provavelmente trata-se de lipedema”, detalha a especialista.

Como tratar o lipedema?

Uma vez diagnosticado corretamente, o lipedema pode ser devidamente tratado, o que é geralmente feito por meio de uma abordagem multidisciplinar. “Mudanças no estilo de vida com adoção de uma alimentação anti-inflamatória e prática regular de atividade física são realmente estratégias importantes para controlar a evolução do lipedema, visto que é uma doença crônica, isto é, que não tem cura”, ressalta a Dra. Aline Lamaita.

“Mas outras medidas devem ser adotadas, como uso de meias de compressão e medicamentos e até mesmo a realização de procedimentos cirúrgicos para a retirada do tecido gorduroso doente, como a lipoaspiração”, diz a especialista.

A médica ainda alerta sobre a importância de tratar condições comumente associadas ao lipedema, como varizes e pressão alta, para evitar complicações. “Por isso, o mais importante é que você procure um médico especializado para receber um diagnóstico e tratamento adequado”, finaliza.

Por Maria Paula Amoroso

Redação EdiCase

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