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Veja como evitar refluxo gastroesofágico em bebês

Mãe dando segurando mamadeira para bebê com roupa rosa

O refluxo gastroesofágico costuma atingir bebês (Imagem: O_Lypa | Shutterstock)

O refluxo gastroesofágico é um processo fisiológico normal em bebês, crianças e adultos saudáveis. É muito comum no primeiro ano de vida, principalmente no primeiro semestre. Um bebê de 3 meses, pesando 6,5 kg e que supostamente já não mama ao seio (o que é altamente desaconselhável), costuma ingerir em média 150 ml de leite em cada mamada.

Se ele tem 6 refeições por dia, terá ingerido ao final do dia 900 ml de leite. Projetando essa conta para um adulto de 65 kg, ele terá, ao final das 24 horas, ingerido 9 litros de leite! E o bebê citado fica 90% de seu tempo deitado. Tem que apresentar refluxo, não?

Casos mais leves

Embora preocupante para os pais, o refluxo gastroesofágico tem, na maioria dos casos, uma evolução satisfatória, sem comprometer o estado de saúde da criança. Somente cerca de 2% delas vão precisar de investigação mais profunda.

Doença do refluxo gastroesofágico

Já a doença do refluxo gastroesofágico refere-se à passagem de conteúdo gástrico para o esôfago, devido a anormalidade anatômica ou funcional da cárdia (válvula no limite do esôfago com o estômago). Nesse caso, o bebê apresenta sintomas específicos, como vômitos e regurgitações após os 6 meses de vida, falha no ganho de peso e asma.

Consequência da doença

A consequência mais imediata da doença é a asma, com crises fortes de falta de ar pela presença de restos alimentares ou do suco gástrico nas vias respiratórias. Assim, se o bebê apresentar quadro de apneia, broncoespasmo ou pneumonias de repetição, deve-se pesquisar o diagnóstico da doença.

O refluxo em bebês costuma melhorar por volta dos 6 meses (Imagem: anek.soowannaphoom | Shutterstock)

Sintomas do refluxo gastroesofágico

De acordo com cada faixa etária, as manifestações clínicas da doença do refluxo gastroesofágico são:

Como evitar o refluxo

A forma de se evitar o refluxo em um bebê com tal tendência é dar-lhe alimentos mais espessos, em pequenas quantidades, com maior frequência; deixá-lo em posição vertical o máximo possível, além de elevar a cabeceira do berço.

Hoje temos alguns leites especiais para portadores de RGE, que são enriquecidos com espessantes, usando-se principalmente os amidos. Há também medicamentos que ajudam a acelerar o esvaziamento gástrico, além dos protetores de mucosa. Tanto o leite quanto esses medicamentos devem ser prescritos por um pediatra ou gastroenterologista pediátrico.

Por Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros

Autor do livro Seu bebê em perguntas e respostas – do nascimento aos 12 meses, é médico formado em 1974 pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializou-se em pediatria na Unifesp/EPM, obtendo em seguida título pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, à MBA Pediatria e à literatura médica para leigos.

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