O transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido popularmente como TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade. “Na maioria das vezes, ele é caracterizado por uma preocupação generalizada com organização, perfeccionismo e controle, que essencialmente retarda ou interfere na conclusão de uma tarefa”, explica a psicóloga Ivana Cabral.
Segundo a psicóloga Elaine Di Sarno, as obsessões são constituídas por pensamentos, ideias ou impulsos vivenciados como intrusivos. Esses pensamentos podem derivar de memórias, imagens ou cenas que causam ansiedade ou um mal-estar relevante no paciente. “Já as compulsões são definidas como comportamentos ou atos mentais repetitivos, realizados para diminuir a ansiedade ou o incômodo causado pelas obsessões”, complementa a profissional.
Principais sintomas do TOC
De forma geral, o transtorno obsessivo-compulsivo pode apresentar diferentes sintomas. No entanto, de acordo com a psicóloga Roberta Massot, os principais são: preocupação extrema com higiene pessoal e limpeza, medo de fazer uma escolha errada e pensamentos relacionados a mortes, doenças ou acidentes.
Causas do transtorno obsessivo-compulsivo
Atualmente não é possível afirmar que existam causas específicas para o surgimento do TOC. A psicóloga Roberta Massot, contudo, menciona que diversos teóricos acreditam que o histórico familiar, eventos estressantes, abuso de substâncias ilícitas, fatores ambientais e alterações neuroquímicas possam contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Tipos de TOC
Dentro dos estudos psiquiátricos, o TOC pode ser dividido em diferentes categorias. Conforme explica Ivana Cabral, as principais são:
- TOC de contaminação: medo exagerado de germes e doenças;
- TOC de acumulação: dificuldade excessiva em se desfazer de objetos;
- TOC alimentar: consumo de grande quantidade de comida para alívio do estresse e ansiedade;
- TOC de simetria e ordem: ligado a organização de móveis e objetos de forma simétrica;
- TOC de evitação e crenças: medo excessivo de que algumas ações possam mudar o curso da vida;
- TOC de verificação exagerada: análise repetitiva de uma ação devido ao medo de algo dar errado;
- TOC de autoafirmação de imagem: distorção da imagem que leva a realização de inúmeros procedimentos estéticos e/ou arrumação excessiva;
- TOC de contagem compulsiva: realização de contagens excessivas devido a pensamentos intrusivos;
- TOC de pensamentos intrusivos e compulsivos: ocorrência de pensamentos negativos e indesejáveis, podendo levar ao medo, revolta e/ou angústia.
Diagnóstico do transtorno obsessivo-compulsivo
O diagnóstico do transtorno é realizado somente de forma clínica, ou seja, por meio da descrição dos sintomas. “Para diagnosticar o TOC, muitas vezes, é necessário que as obsessões e compulsões já causem interferências ou limitações nas atividades da pessoa, além de um sofrimento e/ou incômodo para o paciente e seus familiares”, relata Elaine Di Sarno.
Tratamentos para o controle do distúrbio
O transtorno obsessivo-compulsivo não tem cura, porém existem diferentes formas de tratamento. “Os procedimentos mais utilizados são abordagens medicamentosas, no qual inibem a recaptação de serotonina e atuam para reduzir a ansiedade, e a terapia cognitivo-comportamental (TCC) de exposição”, esclarece Elaine Di Sarno.
A psicóloga ressalta que o tratamento mais adequado deverá ser decidido por profissionais especializados e adaptado conforme as necessidades de cada paciente. Por isso, ao notar os sintomas, procure por ajuda médica.