Veja as diferenças entre endometriose e síndrome do ovário policístico

Veja as diferenças entre endometriose e síndrome do ovário policístico
A endometriose requer uma dieta equilibrada e saudável (Imagem: Alphavector | Shutterstock)

A endometriose e a síndrome do ovário policístico, popularmente chamada de SOP, são duas condições ginecológicas distintas, mas que podem compartilhar alguns sintomas, como a irregularidade menstrual e a dor pélvica, o que pode levar à confusão entre elas. Além disso, ambas podem causar problemas de fertilidade. No entanto, é importante entender as diferenças entre elas. 

O que é endometriose?  

A endometriose ocorre quando o endométrio está fora da cavidade uterina. De acordo com a Dra. Thais Ushikusa, ginecologista, obstetra e gerente médica de saúde feminina na Bayer Brasil, o tecido que reveste internamente o útero é chamado de endométrio. “Ele engrossa com o estímulo hormonal, preparando o útero para receber uma gestação e descama caso ela não ocorra, conhecida como menstruação”, explica. 

Fragmentos de endométrio podem se implantar em diferentes partes do corpo, como na pelve, nos ovários, nas trompas e em regiões extra pélvicas, segundo a Dra. Evelyn Prete, ginecologista, obstetra e sócia-proprietária da clínica Alve Medicina. A médica diz que, são casos mais raros, mas também há descrições de endometriose em outras regiões do corpo, como intestino, reto, bexiga, fígado, diafragma e, até mesmo, cérebro. 

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Sintomas da endometriose  

A dor pélvica é um dos principais sintomas da endometriose. A Dra. Thais Ushikusa explica que, geralmente, ela surge pouco antes e durante o ciclo menstrual. Outros sinais citados pelas ginecologistas são:  

  • Dores durante a relação sexual;  
  • Cólicas incapacitantes; 
  • Aumento do fluxo menstrual; 
  • Alterações de libido e de humor.   

“Caso a endometriose afete o intestino, podem ocorrer alterações intestinais e sangramento ao evacuar; pode afetar a bexiga e causar dor e alterações urinárias”, diz a Dra. Thais Ushikusa, que acrescenta: “Como uma condição de difícil diagnóstico, os sintomas variam muito e existem mulheres que possuem endometriose e não têm sintoma algum”. 

Ilustração de um útero e ovários com síndrome do ovário policístico
A síndrome do ovário policístico acomete mulheres em idade fértil (Imagem: Alena Menshikova | Shutterstock)

Síndrome do ovário policístico

A SOP é um distúrbio hormonal e, na maioria das vezes, acomete mulheres em idade fértil. “Nela, há a formação de diversos cistos (pequenas bolsas cheias de fluídos) dentro dos ovários, esses cistos contêm os óvulos imaturos – o que acaba atrapalhando a ovulação e a regularidade menstrual e pode dificultar a gravidez”, diz a Dra. Thais Ushikusa.  

Nem todo mundo que tem microcistos apresenta a síndrome do ovário policístico, conforme explica a Dra. Evelyn Prete. “É possível ter microcistos no ovário e não ter a síndrome. Para fechar o diagnóstico da síndrome usamos os critérios de Rotterdam, método utilizado na prática clínica para diagnosticar síndrome de ovários policísticos, atualizados em 2006”, ressalta. 

Sintomas da SOP 

De acordo com o Dr. Mauricio Abrão, ginecologista, professor de Ginecologia da FMUSP e Presidente da Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica, os sintomas comuns da SOP incluem:  

  • Ausência ou desregulação da menstruação, com baixo/inexistente ou alto fluxo sanguíneo; 
  • Alterações na pele, como o surgimento de acne e aumento da oleosidade;   
  • Ganho de peso;   
  • Excesso de pelos;   
  • Dificuldade para engravidar.  

No entanto, a Dra. Thais Ushikusa explica que apenas os sintomas não são suficientes para determinar a presença da doença. “O diagnóstico é feito através de história clínica, exames físicos e exames complementares como dosagens hormonais e ultrassonografia”, afirma a médica, que acrescenta: “De toda forma, as mulheres precisam estar atentas aos sintomas, pois a síndrome pode provocar predisposição ao desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e, até mesmo, câncer do endométrio”. 

Procure um médico  

É fundamental procurar um médico especializado para realizar um diagnóstico correto. Isso porque o profissional poderá solicitar exames para confirmar o diagnóstico. Além disso, cada uma dessas condições necessita de um tipo de tratamento específico, que será recomendado pelo ginecologista.  

Laleska Diniz

Jornalista pela PUC-SP e pós-graduanda em Marketing pela USP. Apaixonada por produção de conteúdo, trabalha há quase 6 anos com comunicação. Na EdiCase, produz textos sobre os mais variados assuntos para revistas impressas e digitais e portal de notícias.

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