Musculação na adolescência: conheça os riscos e os benefícios
A busca por um corpo definido tem começado cada vez mais cedo. Na infância, nos acostumamos a ver super-heróis e queremos ser tão fortes quanto eles. Na adolescência, os modelos são outros. “Vemos muitos famosos postando fotos dos seus corpos sarados ou atletas com corpos esculturais. Com isso, criamos um ideal de boa aparência, mas, para alcançá-la, é essencial buscar a qualidade de vida”, analisa o preparador físico Andrei Ferraz.
Devido a tantas influências externas, a busca por um corpo definido leva os adolescentes, cada vez mais cedo, para as academias. E é nesse momento que surge uma questão: adolescentes podem ou não fazer musculação?
Tudo na medida certa
Diferentemente do que muitos costumam pensar, a musculação pode ser benéfica para os adolescentes, desde que feita com a orientação de um profissional adequado. Segundo Andrei Ferraz, não existe uma idade certa para começar as atividades musculares.
“Mas existem professores que preferem indicar a musculação só a partir dos 14 anos, quando o processo de crescimento já está bem estabelecido”, acrescenta. Dessa forma, o papel da musculação seria o de um exercício funcional. “O objetivo é melhorar a agilidade e qualidade nas atividades do dia a dia”, explica o preparador físico.
Cuidados importantes
A musculação pode oferecer diversos benefícios para o adolescente, como aumentar a autoestima, a força e a resistência muscular, diminuir lesões e melhorar o desempenho esportivo. Mas é preciso praticá-la de forma adequada. “Os aparelhos permitidos são todos aqueles que vão trabalhar movimentos e cargas usados no dia a dia, evoluindo com o passar do tempo e da idade”, explica Andrei Ferraz.
Musculação para a saúde
Além disso, a musculação pode ser benéfica para a saúde como um todo. “Alguns médicos falam, inclusive, do crescimento ósseo, da manutenção e do ganho da massa magra e citam a importância da atividade física também no controle da ansiedade e obesidade, na melhora no sono e aspectos hormonais, entre outros”, completa o personal trainer Andrétt Costa.
O preparador físico Andrei Ferraz ainda cita outras vantagens da musculação, como aumento da densidade mineral óssea, melhora postural, aumento do condicionamento físico, melhora da composição corporal e maior concentração de sangue e nutrientes nos músculos durante e depois do exercício.
Aspectos que merecem atenção
É preciso ficar atento a alguns tipos de treinamento. “Hoje, o adolescente tem acesso total às redes sociais e sites de buscas e, com a nova febre do culto ao corpo, eles acabam adotando sistemas de treinos sem o aval de um especialista”, alerta Andrei Ferraz.
Outro fator importante é a duração desses exercícios. “A periodicidade ideal para começar é de duas vezes por semana, durante 30 a 40 minutos em cada dia, sempre aliando atividades aeróbicas e alongamento, para trabalhar todas as aptidões físicas relacionadas à saúde”, explica Gabriel Macedo, professor de Educação Física.
Acompanhamento de um especialista
O medo de mães e pais é que a musculação prejudique o desenvolvimento de seus filhos e o alerta é válido: se a atividade for feita de forma errada, isso poderá se tornar um risco real. “O treinamento com peso (força) executado incorretamente pode prejudicar o crescimento do adolescente; mas, quando desenvolvido por um profissional capacitado, o aumento de força muscular não só melhora a capacidade funcional do jovem, como o protege de lesões”, ressalta Andrei Ferraz.
Mente e corpo em sintonia
É fundamental avaliar se o adolescente está respeitando os seus limites. “É importante analisar a maturidade psicológica do jovem antes de deixá-lo sozinho em uma sala de musculação, já que é uma idade em que eles são extremamente competitivos e querem sempre mostrar que podem mais e, por isso, é importante o acompanhamento de um profissional de educação física”, orienta o professor Gabriel Macedo.
De um modo geral, a musculação traz muitos benefícios, pois além das vantagens para a saúde corporal, “quando se pratica a musculação os adolescentes acabam socializando mais e melhorando a autoestima”, completa Gabriel Macedo.
O educador ainda ressalta que mesmo com todos os pontos positivos, os pais não devem forçar nem proibir os filhos de praticar a atividade, o correto é impor limites, buscar profissionais qualificados e mostrar a importância do exercício na busca por uma vida saudável, e não apenas em um padrão estético.