7 dicas para evitar que produtos químicos afetem a fertilidade
Os produtos químicos estão presentes na composição de comidas e em produtos estéticos, que, na maioria das vezes, não causam danos ao corpo. Porém, recentemente, os debates sobre como as substâncias químicas dos ambientes afetam o organismo têm ganhado espaço na medicina. Isso porque estudos comprovaram que essas transformações são capazes de alterar células, enzimas e genes, o que pode causar distúrbios metabólicos e prejudicar a fertilidade.
“[…] Estudos descobriram que um grupo específico de produtos químicos comuns chamados produtos químicos disruptores endócrinos, conhecidos como EDCs, podem afetar a qualidade do esperma, óvulo e embrião e, portanto, a chance de uma pessoa ter um bebê. Eles também podem afetar o potencial de saúde a longo prazo da criança”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Produtos que contêm EDCs
Os EDCs estão no ambiente e nos alimentos que ingerimos. No entanto, houve uma mudança histórica desde a Segunda Guerra Mundial, já que a rápida industrialização estimulou a criação e o uso de milhares de novos compostos químicos. Alguns dos tipos mais comuns de EDCs que você já deve ter ouvido falar são BPA (Bisfenol A), ftalatos e parabenos. Eles estão presentes em potes e garrafas plásticas, recibos de caixa eletrônico e até em cosméticos.
“Estima-se que 95% das pessoas têm EDCs no corpo, mas, de acordo com um número crescente de pesquisas, as pessoas que lutam para conceber têm níveis mais altos de alguns produtos químicos disruptores endócrinos. Também sabemos que níveis mais altos de alguns EDCs estão associados a uma chance menor de engravidar entre casais que usam tecnologias de reprodução assistida, como a fertilização in vitro“, diz o especialista.
A seguir, o Dr. Fernando Prado elenca 7 dicas para minimizar a exposição a essas substâncias, principalmente se você está tentando ter um filho. Veja!
1. Limite o consumo de alimentos com química
Lavar frutas e legumes é essencial a fim de evitar os produtos químicos que podem ter sido pulverizados sobre eles. “Os EDCs também estão presentes no material usado para revestir o interior das latas de alimentos, bem como nas embalagens plásticas de alimentos. Portanto, sempre que possível, é melhor evitar alimentos processados ou pré-embalados. Leia também os rótulos de todos os produtos alimentícios e evite aqueles com certos aditivos, conservantes e agentes antibacterianos”, explica o médico.
Peixes oleosos, incluindo salmão, atum, sardinha e carnes gordurosas também podem conter maiores quantidades dessa substância química, principalmente na parte gordurosa dos animais, dependendo de onde esses animais foram capturados ou produzidos. “Limitar a quantidade e a frequência com que você come esses tipos de peixe ou carne é outra maneira de reduzir a ingestão de EDCs”, diz o profissional.
2. Evite recipientes plásticos para aquecer a comida
Recipientes de plástico para viagem, plástico-filme e papel-alumínio também possuem produtos químicos disruptores endócrinos que são absorvidos pelos alimentos quando aquecidos, especialmente se os alimentos forem gordurosos. Portanto, evite aquecer ou colocar alimentos quentes neles.
“Em vez disso, aqueça sua comida em porcelana ou vidro – e cubra seus pratos com uma toalha de papel ou prato. Também é importante ter em mente que os recipientes de plástico que são anunciados como “livres de BPA” podem conter outros EDCs, como o BPS (bisfenol S), que pode ser igualmente prejudicial”, alerta o especialista.
3. Reduza o consumo de garrafas plásticas
Plastificantes contendo EDC são usados na fabricação de garrafas plásticas de água potável e refrigerantes. Então, em vez disso, beba água ou refrigerantes de garrafas de vidro ou plástico duro. “Também é particularmente importante evitar beber de garrafas de água descartáveis que ficaram em um ambiente quente, pois a água terá absorvido níveis significativos de EDCs do plástico”, explica o médico.
4. Jogue fora recibos de compras
A superfície brilhante que cobre muitos recibos de vendas contém BPA, portanto evite manuseá-los (especialmente com os dedos molhados) e jogue fora todas as cópias antigas. “Também é uma recomendação importante preferir receber os comprovantes de pagamentos em cartão por via digital (pelo aplicativo ou por e-mail), evitando a emissão desnecessária de papel e o contato com disruptores endócrinos”, diz o Dr. Fernando Prado.
5. Utilize o ar fresco
Purificadores de ar, fumaça, produtos químicos fortes, repelentes de insetos, produtos fortemente perfumados, cheiros e vapores de plástico, bem como partículas liberadas de móveis domésticos, todos contêm EDCs potencialmente prejudiciais. Resumindo: se você pode cheirar algo, então você está sendo exposto a isso. “A melhor abordagem é arejar sua casa com frequência para reduzir a chance de respirar partículas químicas”, diz o profissional.
6. Invista em produtos de limpeza verdes
Muitos produtos domésticos podem conter EDCs, incluindo detergentes, desinfetantes para as mãos, agentes de limpeza e produtos de limpeza de carpetes. Esses produtos químicos também podem ser encontrados em colas, tintas e vernizes. “Como resultado, considere reduzir sua exposição aos EDCs substituindo produtos de limpeza doméstica fortes por alternativas ‘verdes’ disponíveis. Já existe uma vasta gama de produtos de limpeza ‘verdes’ em muitos supermercados e lojas”, conta o médico.
7. Leia o rótulo de itens de higiene pessoal
Xampus, condicionadores, tinturas de cabelo, cosméticos e sabonetes líquidos podem conter disruptores endócrinos conhecidos como parabenos. “Escolher produtos sem parabenos pode ajudar a diminuir a ingestão de produtos químicos nocivos. Os produtos de higiene pessoal sem parabenos estão cada vez mais disponíveis nas prateleiras dos supermercados, com declarações claras como ‘sem parabenos’ no item, para que os consumidores não precisem perder tempo decifrando a longa lista de ingredientes”, explica o médico.
Consulte um especialista
O médico esclarece que mudanças simples podem fazer uma grande diferença no quesito diminuir a exposição diária aos EDCs, que prejudicam a fertilidade. “Saber onde os produtos químicos nocivos podem ser encontrados e o que você pode fazer para evitá-los é o primeiro passo para melhorar sua saúde e suas chances de ter um bebê. Mas, lembre-se: todo casal que tenta há mais de um ano ter um filho e não consegue deve procurar um médico especialista em Reprodução Humana”, finaliza o Dr. Fernando.
Por Maria Claudia Amoroso