Confira resumo sobre os temas de ecologia cobrados nos vestibulares

Confira resumo sobre os temas de ecologia cobrados nos vestibulares
Estudo facilita compreender a biodiversidade (Imagem: d.ee_angelo | Shutterstock)

A ecologia estuda um campo muito amplo. Ele vai desde o comportamento de aumento ou diminuição de uma população em função da própria evolução da espécie e adaptações para sobreviver em seu meio ambiente até as consequências ao longo do tempo da interferência humana mudando o meio ambiente.

A biodiversidade (variedade de seres vivos) é encontrada nas florestas tropicais do planeta e corresponde a mais da metade das espécies vivas. Esse estudo ajuda a melhorar o ambiente em que vivemos, tentando diminuir a poluição, conservando os recursos naturais e protegendo nossa saúde e das gerações futuras.

Nosso planeta Terra pode ser dividido em litosfera (parte sólida formada a partir das rochas); hidrosfera (conjunto total de água do planeta: rios, lagos e oceanos); atmosfera (camada de ar que envolve o planeta). Juntos, formam a biosfera (regiões habitadas do planeta).

Biosfera é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra

É um conceito da ecologia relacionado com os conceitos de litosfera, hidrosfera e atmosfera. Incluem-se na biosfera todos os organismos vivos do planeta, embora o conceito seja geralmente alargado para incluir também os seus habitats.

Habitat

É o lugar na natureza (ambiente) onde uma espécie vive. Exemplo: os pandas habitam as florestas de bambu das regiões montanhosas na China e no Vietnã.

Nicho ecológico

É o modo de vida em que o indivíduo ou uma população vive e se reproduz. Inclui os fatores físicos (umidade, temperatura etc.) e os fatores biológicos (alimentação e cadeia alimentar).

Energia para viver

Os seres vivos precisam de energia para produzir as substâncias necessárias à manutenção da vida e à reprodução. Essa energia é adquirida de duas maneiras: as plantas e as algas (clorofilados), pela energia do Sol, e os não clorofilados, a partir da alimentação dos clorofilados. Logo, os clorofilados são chamados produtores e o restante, consumidores. Os decompositores também são consumidores. A diferença é que se alimentam de matéria morta.

Cadeia alimentar

É uma sequência de produtores/consumidores que mostra quem se alimenta de quem, mostrando a troca de energia. Exemplo: a grama (produtor) é consumida por um boi (1º consumidor, herbívoro), consumido pelo homem (2º consumidor, carnívoro). Para fechar o ciclo, os restos mortais de todos são decompostos por bactérias e fungos (reciclagem) e voltam para o solo, fertilizando-o para um novo ciclo, que sempre começa com os produtores.

Teia alimentar

É um esquema (por meio de setas) que mostra quem consome quem na cadeia alimentar ou todas as opções possíveis. Um mesmo indivíduo pode ocupar papéis diferentes (2º, 3º ou 4º consumidor), dependendo da cadeia envolvida. Exemplo: Sol -> Decompositores -> Vegetal -> Jacaré (carnívoro) -> Veado (herbívoro) -> Onça (carnívoro).

Equilíbrio ecológico

Depende diretamente da interação, das trocas e das relações que os seres vivos estabelecem entre si e com o ambiente. Estará equilibrado o ecossistema em que houver harmonia entre as trocas de energia, tamanho estável de uma população (natalidade/imigração = mortalidade/emigração). O desequilíbrio causa a extinção das espécies.

População

Indivíduos de uma mesma espécie que vivem em determinada região. Exemplo: onças do pantanal. Todos os seres vivos de determinado lugar e que mantêm relações entre si formam uma comunidade. Exemplo: mar (peixes, algas, plantas, seres microscópios etc.).

Ecossistema

É o conjunto dos relacionamentos que fauna, flora, micro-organismos (fatores bióticos) e o ambiente, composto pelos elementos solo, água e atmosfera (fatores abióticos), mantêm entre si. Todos os elementos que compõem o ecossistema se relacionam com equilíbrio e harmonia e estão ligados entre si. A alteração de um único elemento causa modificações em todo o sistema, podendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. O ecossistema pode ser delimitado conforme o detalhamento do estudo. Pode ser um canteiro de jardim ou dentro de um vegetal.

Fatores abióticos

Influências que os seres vivos recebem em um ecossistema, tais como luz, temperatura, vento, substâncias inorgânicas (ciclos dos materiais), compostos orgânicos (ligam o biótico-abiótico), regime climático, oxigênio e outros gases, umidade, solo etc.

Fatores bióticos

Efeitos causados pelos organismos em um ecossistema que condicionam as populações que o formam. Muitos dos fatores bióticos podem traduzir-se nas relações ecológicas que se pode observar num ecossistema.

Pai vestindo camisa cinza e shorts com  filho de camisa xadrez, os dois estão plantando árvore sob o sol.
A harmonia entre as relações ecológicas é importante e engloba também as vidas humanas (Imagem: Max kegfire | ShutterStock)

Relações ecológicas

Sociedade: união harmoniosa permanente entre indivíduos com divisão de trabalho. Exemplo: abelhas, formigas e cupins.

Colônia: associação harmônica formando uma unidade estrutural e funcional (alimentação e proteção, por exemplo). Cada uma dessas espécies não sobreviveria isolada da colônia. Exemplo: recife de coral.

Mutualismo: associação harmônica obrigatória entre indivíduos, em que ambos se beneficiam/lucram. Exemplo: abelha (alimento, néctar) e flor (reprodução, pólen).

Comensalismo: associação harmônica em que um indivíduo aproveita restos de alimentos do outro, sem prejudicá-lo. Exemplo: leão/hiena, tubarão/rêmoras.

Cooperação: associação harmônica facultativa entre indivíduos, em que ambos se beneficiam. Exemplo: boi e anum (limpeza dos carrapatos).

Canibalismo: relação desarmônica em que um indivíduo mata outro da mesma espécie para se alimentar. Exemplo: louva-a-deus.

Amensalismo: relação desarmônica em que indivíduos de uma espécie produzem toxinas que inibem ou impedem o desenvolvimento de outras. Exemplo: cobra (veneno) e homem.

Sinfilia: relação desarmônica em que indivíduos mantêm em cativeiro indivíduos de outra espécie para obter vantagens. Exemplo: formigas e pulgões.

Predatismo: relação desarmônica em que um animal captura e mata indivíduos de outra espécie para se alimentar. Exemplo: cobra e rato.

Parasitismo: relação desarmônica em que pessoas de uma espécie vivem no corpo de outro, do qual retiram alimento. Exemplo: lombrigas e humanos.

Competição: relação desarmônica com disputa por recursos escassos no ambiente entre indivíduos de espécies diferentes. Exemplo: peixe piloto e rêmora por restos deixados pelo tubarão.

Biomas

É uma comunidade biológica. Fauna, flora, suas interações entre si e com o ambiente. Entre os biomas brasileiros, podemos destacar:

Cerrado: típico da região Centro-Oeste, a vegetação é composta de arbustos retorcidos e de pequeno porte: araçá, murici, buriti e indaiá. É habitado pelo lobo-guará, o tamanduá-bandeira, a onça-pintada etc.

Caatinga: localizada na maior parte da região Nordeste, sofre (e se adapta) com um longo período da seca: a vegetação perde as folhas e fica esbranquiçada. Os cactos (mandacaru, xique-xique) e outras plantas são típicos da caatinga, além da fauna, que inclui as cobras (cascavel, jiboia), o gambá, a gralha, o veado-catingueiro etc.

Manguezal: estreita floresta da costa brasileira desde o Amapá até Santa Catarina. Desenvolve-se nos estuários e na foz dos rios abundantes em água e com solos lodosos e ricos em nutrientes. Eventualmente recebem a água do mar. São berçários naturais de muitas espécies de caranguejos, peixes e aves. As árvores dessa região apresentam raízes-escoras para conseguirem se fixar no solo lodoso.

Mata Atlântica: do Rio Grande do Norte até o sul do país, antes dos litorais, apresenta árvores altas e vegetação densa. É uma das áreas de maior diversidade de seres vivos do planeta. Encontra-se plantas como: pau-brasil, ipê-roxo, angico, manacá-da-serra, cambuci e várias espécies de animais como: onça-pintada, anta, queixada, gavião e mico-leão-dourado.

Mata de araucária: típica da região Sul do Brasil, de temperaturas mais baixas (subtropical). Encontramos a árvore ímpar araucária (pinheiro-do-paraná), além da exclusiva fauna: ema, gralha-azul, tatu, quati e gato-do-mato.

Professora ensinando crianças a cuidarem de pequenas plantas.
É importante incentivar o respeito ao ecossistema e o conhecimento sobre ele (Imagem: Halfpoint | ShutterStock)

Ciclo biogeoquímico

Estuda o percurso realizado no meio ambiente por um elemento químico essencial à vida. Um movimento cíclico de elementos que formam os organismos vivos e o ambiente. Ao longo do ciclo, cada elemento é absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (ar, água, solo). É por meio dos ciclos biogeoquímicos que os elementos químicos e os compostos químicos são transferidos entre os organismos e entre diferentes partes do planeta.

Ciclo da água

É o permanente processo de transformação da água na natureza, passando de um estado para outro (líquido, sólido ou gasoso). A essa transformação e circulação da água, dá-se o nome de ciclo da água ou ciclo hidrológico, que se desenvolve através dos processos de evaporação, condensação, precipitação, infiltração e transpiração.

Ciclo do oxigênio

É o elemento mais abundante no planeta, estando disponível na atmosfera, na água e na crosta terrestre. É capaz de reagir com quase todos os elementos químicos, em especial o carbono, formando monóxidos (CO) e dióxidos (CO2). Realiza combustão e oxida metais, produzindo a ferrugem. É indispensável à vida, pois praticamente todos os seres vivos o utilizam na respiração, exceto os seres anaeróbios, como algumas bactérias.

Participa também da fotossíntese (processo em que as plantas produzem seu alimento) atuando juntamente ao carbono. O oxigênio também compõe a camada de ozônio, defendendo a superfície terrestre dos raios ultravioletas (UVA e UVB). As plantas terrestres usam o gás carbônico (CO2) do ar como combustível para a fotossíntese e liberam oxigênio (O2) para a atmosfera. As plantas aquáticas usam carbonatos dissolvidos na água e liberam o oxigênio. Acontece exatamente o oposto com os animais que respiram O2 e liberam CO2.

Ciclo do carbono

Tem início quando as plantas e outros organismos autótrofos absorvem o gás carbônico da atmosfera para utilizá-lo na fotossíntese e o carbono é devolvido ao meio na mesma velocidade em que é sintetizado pelos produtores, pois a devolução de carbono ocorre continuamente por meio da respiração durante a vida dos seres.

No ciclo biológico do carbono, podemos ter a total renovação do carbono atmosférico em até vinte anos. Este processo ocorre na medida em que as plantas absorvem energia solar e dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, gerando oxigênio e açúcares, como a glicose, por meio do processo conhecido como fotossíntese, o qual é alicerce para o crescimento das plantas.

Por sua vez, os animais e as plantas consomem a glicose durante o processo de respiração, emitindo novamente CO2. Com isso, a fotossíntese e a decomposição orgânica, por intermédio da respiração, renovam o carbono da atmosfera. Uma forma de acelerar o ciclo e adicionar CO2 na atmosfera são os incêndios naturais, visto que eles consomem a biomassa e a matéria orgânica, transferindo mais CO2 num ritmo maior do que aquele que remove naturalmente o carbono a partir da sedimentação dele.

Esse processo causa o aumento das concentrações atmosféricas de CO2 rapidamente. O acúmulo de gás carbônico na atmosfera, gerado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, contribui para o aquecimento global através do efeito estufa. A destruição da camada de ozônio permite a entrada dos raios UV, contribuindo também para o aquecimento e para o aumento dos casos de câncer de pele.

Ciclo do nitrogênio

É um gás encontrado em abundância no ar (78%) na forma de N2, mas, por ser pouco reativo quimicamente, permanece livre e não é facilmente assimilado pelos seres. Também compõe as moléculas de proteína e os ácidos nucleicos das células, sendo assim muito importante para todos os organismos. Algumas plantas são capazes de fixar o nitrogênio do ar, através da associação com algumas espécies de bactérias ditas fixadoras, que vivem em nódulos nas suas raízes. Essas plantas são do grupo das leguminosas, como feijões, soja, lentilhas.

Existem também bactérias livres no solo que agem na transformação do N2 em nitratos. Outro meio de fixação do nitrogênio na natureza é por meio de raios. Vale ressaltar o papel das bactérias no ciclo, pois atuam nas várias etapas. A presença do nitrogênio é fundamental para garantir o bom desenvolvimento das plantas e consequentemente dos animais que o obtêm, direta ou indiretamente por meio dos vegetais, conforme sejam herbívoros ou carnívoros. Não ocorrendo compostos nitrogenados suficientes para as plantas, são geralmente utilizados fertilizantes industrializados.

Ciclo do cálcio

O cálcio é um elemento que participa de diversas estruturas dos seres vivos, ossos, conchas, paredes celulares das células vegetais, cascas calcárias de ovos, além de atuar em alguns processos fisiológicos, como a contração muscular e a coagulação do sangue nos vertebrados. As principais fontes desse elemento são as rochas calcárias, que, desgastando-se com o tempo, liberam-no para o meio. No solo, é absorvido pelos vegetais e, por meio das cadeias alimentares, passa para os animais.

Desenvolvimento sustentável

Conceito criado no século XX, que corresponde ao desenvolvimento ambiental das sociedades, atrelado aos desenvolvimentos econômico e social. A partir disso, o desenvolvimento sustentável prioriza as ações em prol de sociedade mais justa, igualitária, consciente, de modo a trazer benefícios para todos, não esgotando os recursos para o futuro e garantindo a sustentação ou a conservação de algo.

Ambientalismo

Movimento ecológico, movimento verde ou ambientalismo, consiste em diferentes correntes de pensamento e movimentos sociais que têm na defesa do meio ambiente sua principal preocupação, reivindicando medidas de proteção ambiental e sobretudo uma ampla mudança nos hábitos e valores da sociedade com a finalidade de estabelecer um modo de vida sustentável.

O modelo de desenvolvimento global atual, baseado numa perspectiva de crescimento contínuo, na manipulação tecnológica da natureza e numa visão de que os recursos naturais são inesgotáveis e existem basicamente para o benefício humano, causou uma destruição ambiental sem precedentes na história da humanidade, pondo em risco até mesmo a futura sobrevivência da espécie humana.

Os impactos negativos que a sociedade moderna tem acarretado ao meio ambiente são vastos, requerem medidas urgentes de mitigação ou reversão (intervenções humanas para reduzir o impacto ambiental) e terão consequências globais catastróficas se a tendência destrutiva continuar inalterada, especialmente quando se considera a velocidade do crescimento da população do mundo e sua consequente pressão sobre todos os recursos e sistemas naturais. Portanto, precisam ser compreendidas pela sociedade, chocando-se contra hábitos, tradições culturais, ignorância, interesses políticos e econômicos etc.

Por Tao Consult

Redação EdiCase

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