5 doenças mentais que mais atingem os idosos
Além de estarem mais propícios a desenvolverem doenças físicas, como diabetes, cataratas, hipertensão arterial e problemas cardiovasculares, os idosos também têm mais chances de serem acometidos por transtornos psicológicos.
De acordo com Ana Cristina Oliveira, psicóloga, palestrante e professora de Psicologia da FAEP, os distúrbios mentais mais comuns na terceira idade são depressão, transtorno de ansiedade, esquizofrenia tardia, demência e transtorno afetivo bipolar.
Sintomas dos transtornos
A seguir, Ana Cristina Oliveira lista os sintomas dos transtornos mais comuns em idosos:
- Depressão: transtorno afetivo que tem como principais sintomas o desinteresse pela vida em geral, a falta de prazer, a baixa autoestima, o desânimo e a tristeza sem motivo;
- Transtorno de ansiedade: tem como sintomas estresse desproporcional ao impacto do evento, inquietação, incapacidade de superar uma preocupação, falta de ar, dores musculares, taquicardia e palpitações;
- Esquizofrenia tardia: o distúrbio que afeta a capacidade de pensar, sentir e se comportar com clareza tem como sintomas episódios de alucinação, delírios fantasiosos, isolamento social, agitação e movimentos anormais;
- Demência: caracterizada como o declínio das habilidades mentais, os sintomas incluem perda de memória, problemas ao usar a linguagem, desorientação, mudanças de personalidade e comportamentos perturbadores e inapropriados;
- Transtorno afetivo bipolar: caracterizado pelas mudanças de humor, que variam entre episódios de euforia e depressão. Os sintomas da bipolaridade incluem irritabilidade, esquecimentos, falas compulsivas e culpa excessiva.
Principais causas dos transtornos
Podem ser vários os motivos que levam ao desenvolvimento dos transtornos citados, e que cada um deles apresenta questões específicas. Contudo, Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe At, comenta que, de forma geral, as principais razões são:
- Baixo nível econômico;
- Isolamento e perda do papel social;
- Falta de apoio, acolhimento e rede de suporte;
- Redução do funcionamento cognitivo;
- Esquiva das atividades físicas;
- Proximidade da própria morte;
- Aumento das doenças físicas e incapacitantes;
- Perda da autonomia.
Formas de diagnósticos
A investigação da maioria dos transtornos mentais é realizada de forma clínica, ou seja, por meio da descrição dos sinais e sintomas. “Essas doenças são diagnosticadas por meio de profissionais qualificados especializados em idosos, que se utilizam da avaliação clínica, bateria de exames clínicos e instrumentos psicológicos e neuropsicológicos para cada necessidade”, explica Filipe Colombini.
Tratamentos indicados
Apesar de nenhuma das doenças citadas ter cura, todas elas possuem diferentes formas de tratamento. Filipe Colombini cita que o uso de medicamentos, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, bem como a reabilitação neuropsicológica e fonoaudiológica, são métodos que auxiliam na melhora do paciente.
A psicóloga Ana Cristina Oliveira acrescenta que também é importante para o tratamento que o idoso pratique atividades que possibilitem uma vida ativa, principalmente na companhia de outros idosos.
Benefícios dos tratamentos
Além de reduzirem os sintomas das doenças, os tratamentos também possibilitam outros benefícios para a vida dos pacientes. “Com o ambiente enriquecido devido aos tratamentos, os idosos, gradualmente, apresentam uma melhora na saúde mental e, dependendo do caso, também passam a se sentir inseridos e validados no espaço social”, detalha Filipe Colombini.
Importância da rede de apoio
Um dos pontos mais importantes em relação às doenças mentais em idosos é a rede de apoio. “O papel da família ou de pessoas próximas é extremamente relevante, tanto para identificar qualquer sintoma, como mudança de humor, desinteresse pelas atividades do dia a dia ou esquecimento, quanto para auxiliar no tratamento. Ter apoio físico, emocional e social pode mudar tudo”, avalia Ana Cristina Oliveira.
Formas de prevenção
Alguns hábitos simples do dia a dia são fundamentais para prevenir as doenças citadas. “Pensando na qualidade de vida do idoso, é muito importante que ele permaneça ativo, tenha seus interesses e espaços sociais preservados, mantenha uma alimentação saudável e pratique atividades físicas”, declara Ana Cristina Oliveira.
A psicóloga ainda comenta que uma relação familiar saudável e equilibrada é essencial para a prevenção de qualquer doença mental, assim como para o bem-estar geral do idoso.