6 dicas para cuidar da saúde mental dos idosos
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060, o número de pessoas com 65 anos ou mais no país será de 58,2 milhões – o equivalente a 25,5% da população. Outro estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que a população do Brasil vai “envelhecer” de forma constante e acelerada nos próximos anos. 40,3% dos brasileiros serão idosos daqui a aproximadamente 90 anos.
Com o envelhecimento da população e consequente aumento da expectativa de vida, as preocupações e cuidados com a saúde das pessoas dessa faixa etária aumentam, e é necessário estar sempre atento a essa questão.
Para o psiquiatra Dr. Ariel Lipman, é importante que os familiares de idosos monitorem eventuais mudanças, ainda mais quando o assunto é saúde mental. “Quanto mais brusca for essa mudança, mais provável é estarmos diante de um quadro patológico”, explica.
Sintomas de problemas com a saúde mental
De acordo com o psiquiatra, o erro mais comum de um familiar é ser negligente, entendendo os sintomas de problemas relacionados à saúde mental como algo ‘normal da idade’. “O envelhecimento pode levar a um cansaço maior, menos disposição para atividades sociais e uma tendência a ficar mais em casa, mas é importante saber diferenciar quando isso deixou de ser um processo natural e está sendo decorrente de um quadro patológico”, complementa.
O Dr. Ariel Lipman diz ainda que as doenças nos idosos não se manifestam como no adulto mais jovem. “O idoso também tende a se queixar menos. Por isso, uma busca ativa pode ser fundamental. Se notar que o idoso mudou seu comportamento habitual, vale uma conversa com um especialista”, alerta.
Cuidando da saúde mental de idosos
O médico lembra que, no cuidado com a saúde mental dos idosos, ‘não há fórmula mágica’, e que é necessário executar atividades profissionais, sociais, voluntárias ou de lazer. “Manter o cérebro ativo, se envolvendo em tarefas que estimulam a cognição e mantendo prática de atividades físicas, encontros sociais e familiares é fundamental”, recomenda.
Para auxiliar no cuidado com os familiares idosos, o Dr. Ariel Lipman lista 6 passos. Confira!
1. Invista em atividades de lazer
Lazer é importante para todas as faixas etárias, mas na terceira idade pode ser ainda mais benéfico, pois estamos falando de pessoas que acabam ficando mais sozinhas no dia a dia e sem ocupação, o que contribui para o aparecimento de transtornos. “Lazer para a terceira idade traz inúmeros benefícios, pois é uma oportunidade de distração, interação social e prática de atividades que eles gostam”, explica o médico.
2. Tenha um tempo de qualidade com o idoso
Novamente, por conta de longos períodos em casa e sem ocupação, os idosos têm a necessidade de conversar, ouvir e realmente ter uma companhia. “A tarefa parece simples, mas faz diferença e é um grande cuidado na saúde mental deles”, afirma o Dr. Ariel Lipman. Por isso, é importante sempre reservar um tempo para estar presente na vida do idoso, fazendo uma visita, levando-o para um passeio ou para qualquer outra atividade.
3. Dê autonomia às pessoas da terceira idade
A autoconfiança é muito importante para uma pessoa da terceira idade, e dar autonomia para ela é contribuir para isso. “É claro que devemos levar em consideração se o idoso tem condição de sair sozinho, por exemplo, e por isso é importante sempre ter um acompanhamento médico. Mas, caso seja possível, é muito benéfico que o idoso vá sozinho realizar atividades simples, como ir ao mercado, ao banco etc.”, explica o profissional.
4. Mantenha uma rotina saudável
Não é segredo para ninguém que manter uma rotina saudável é sinônimo de saúde física e mental. Além de praticar exercícios físicos, ter horários definidos é fundamental. “Se possível, é importante definir horários para acordar, dormir, comer e praticar alguma atividade física, como caminhar”, opina o psiquiatra. Essa organização, segundo ele, ajuda no bem-estar do idoso.
5. Seja um bom ouvinte
Muitos idosos, mesmo estando ao lado dos entes queridos, costumam se sentir sozinhos. Essa solidão não está necessariamente ligada à ausência de outras pessoas, mas ao fato deles não terem alguém para ouvir as suas histórias atentamente. Por isso, ser um bom ouvinte pode ajudar na saúde mental, pois proporciona uma interação significativa ao mesmo tempo em que oferece respeito e ajuda essas pessoas a processarem melhor seus sentimentos, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão.
6. Acompanhamento psicológico
Por fim, mas não menos importante, é preciso ressaltar a necessidade de um acompanhamento psicológico, que faz total diferença nessa fase da vida. “Além de fazer visitas periódicas ao cardiologista e ao nutricionista, por exemplo, contar com atendimento psicológico também é essencial para garantir o equilíbrio emocional e a qualidade de vida na terceira idade”, finaliza o médico.
Por Julia Zuin