Entenda por que o sexo não é só penetração

Entenda por que o sexo não é só penetração
Prazer sexual diminui o estresse e melhora o humor (Imagem: Shutterstock)

São comprovados os inúmeros benefícios do orgasmo, entre eles, a diminuição do estresse e a melhora do humor e da ansiedade. Porém, ele não está associado diretamente ao sexo e, sim, ao autoconhecimento. Afinal, o prazer não se resume apenas a penetração.

“O prazer também pode ser sentido através do estímulo nas zonas erógenas. Ao associar o prazer unicamente à penetração, perde-se a chance de conhecer, estimular e satisfazer o próprio corpo – e, também, o do parceiro. Se tocar e entender os pontos e formas que proporcionam a excitação é importantíssimo”, explica Viviane Monteiro, ginecologista especializada em medicina fetal e gestação de alto risco, parto humanizado e saúde da mulher.

Por que a penetração é tão valorizada?

Chiara Luzzati, CEO e fundadora da Lubs, empresa especializada em sexual-care, conta que “ainda existem muitos mitos relacionados ao prazer e eles acabam sendo repetidos em função do que é visto e, muitas vezes, aprendido através da pornografia e construído em uma sociedade machista. O clitóris, órgão fundamental para o prazer feminino, pode acabar sendo coadjuvante. Desta maneira, cria-se a cultura de que o sexo se resume apenas a penetração, ocasionando o que as pesquisas vêm mostrando: muitas mulheres nunca sentiram um orgasmo”.

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Ilustração de diferentes tipos de vulva
A história construiu a imagem de que o clitóris não era importante (Imagem: Shutterstock)

Mistificação histórica do clitóris

A médica Viviane Monteiro afirma que, segundo pesquisas, apenas 30% das mulheres sentem orgasmos durante a penetração. “Porém, o número sobe para 72% quando se masturbam”. A ginecologista também conta que, além da pornografia, a história construiu a narrativa de que o clitóris não merecia atenção.

O médico Andreas Vesalius, no século XVI, afirmou que mulheres saudáveis não possuíam o órgão. Já em 1486, o guia “Malleus Maleficarum” dizia que quem possuía clitóris deveria ser “caçada”, pois era considerada uma bruxa. E tem mais: pacientes diagnosticadas com “histeria”, em 1800, tinham seus clitóris removidos. Freud, em 1905, acreditava que o prazer clitoriano era obtido através de uma sexualidade imatura.

“A ignorância a respeito do prazer, do autoconhecimento e do funcionamento da anatomia do clitóris se espalhou pelo tempo. Felizmente, e através de informações recebidas atualmente, o sexo vem se desconstruindo e os homens estão mais dispostos a entenderem o que dá prazer para as suas companheiras. Porém, ainda vivemos em uma sociedade patriarcal”, afirma a ginecologista.

Novas alternativas de prazer

Para combater a ideia de que o sexo se resume a penetração e obter mais prazer, Chiara Luzzati explica: “Promover um diálogo aberto e constante sobre o assunto é sempre o primeiro passo. Hoje, temos opções no mercado que auxiliam as mulheres a atingirem o orgasmo. Vibradores e lubrificantes estão aí para serem usados a sós ou acompanhada!”, finaliza a especialista em sexual-care.

Por Paola de Moraes Alves

Redação EdiCase

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