Independente do lugar que more, seja em casa com extensa área verde ou apartamento sem nenhum tipo de planta, qualquer cachorro ou gato está suscetível a ter pulgas, piolhos e carrapatos. Além da coceira, esses ectoparasitos, que se alimentam de sangue, também podem colocar em risco a saúde do animal, causando alergias e transmitindo doenças.
De acordo com Valéria Natascha Teixeira, veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), os pets podem pegá-los pelo contato com animais infestados ou durante passeios e caminhadas em parques, praças e jardins. “É no meio ambiente que está a maior parte das pulgas e larvas de carrapatos que podem infestar os cães e gatos”, afirma.
Perigos para o animal
Um dos sintomas da presença de pulgas, piolhos ou carrapatos é a coceira e, ao se coçar, o animal pode causar lesões na pele que podem infeccionar ou ocasionar alergias. Contudo, esses não são os únicos problemas.
“As pulgas e carrapatos sugam sangue, provocam anemia e podem transmitir outros agentes infecciosos pela picada, causando doenças como a erliquiose e micoplasmose”, explica Valéria Natascha Teixeira. Além disso, se as pulgas e carrapatos forem ingeridos, também podem transmitir vermes.
Fique atento aos sinais
Os ectoparasitos podem ser encontrados em qualquer parte do corpo dos animais. No entanto, os carrapatos são mais frequentemente encontrados entre dígitos, orelhas e pregas de pele entre as axilas e região inguinal.
Segundo a médica veterinária, a principal maneira de perceber que o cachorro ou gato está infestado é pela visualização dos ectoparasitos na pele e nos pelos. Por vezes, as pulgas podem ser mais difíceis de serem vistas, mas sobre o pelo do animal geralmente dá para ver uns farelos enegrecidos, que são as fezes desse inseto.
Como extrair o ectoparasito do pet
Apesar de não ser muito efetivo e difícil, dependendo do tipo da pelagem, as pulgas podem ser retiradas do corpo do animal. Os piolhos não são fáceis de remover, pois ficam muito aderidos no pelo.
Os carrapatos, conforme explica Valéria Natascha Teixeira, não devem ser arrancados porque podem provocar inflamação e infecções no pet, uma vez que as peças bucais desses artrópodes ficam fortemente grudadas na pele.
Como acabar com o problema
Uma vez que o cachorro ou gato está com pulgas, piolhos ou carrapatos, é preciso combater a infestação para que não coloque em risco a saúde do animal. Para isso, podem ser aplicados produtos que eliminam, repelem ou afetam a produção de ovos ou o desenvolvimento dos ectoparasitos. Nesse caso, é importante consultar um médico veterinário para que ele possa indicar o produto mais adequado.
Contudo, eliminá-los apenas do animal não é o suficiente. Também é preciso combatê-los no ambiente, para que não voltem a infestar o pet. Porém, isso pode ser um desafio um pouco maior para os tutores de cães e gatos, uma vez que os ectoparasitos são bastante pequenos e se reproduzem rapidamente.
Conforme explica a médica veterinária, os ovos, as larvas e as pupas das pulgas se acumulam em frestas no piso, parede, casinhas e quintal. “Por isso, a limpeza do ambiente deve ser feita rigorosamente. Cobertores, roupinhas e caminhas têm que ser higienizados ou trocados com frequência”, orienta.
Ainda de acordo com Valéria Natascha Teixeira, há produtos químicos que também podem ser passados nos ambientes para matar as formas adultas dos ectoparasitos. Entretanto, é importante tomar cuidado para não intoxicar animais e pessoas ou agredir o meio ambiente.
Protegendo os animais
Existem variadas formas de proteger cães e gatos dos ectoparasitos e, consequentemente, dos problemas causados por eles. “A higiene do ambiente, inspeção dos animais após passeios, banhos e uso de produtos para combater os ectoparasitos são as principais formas de prevenção para pulgas, piolhos, carrapatos e doenças transmitidas por eles”, aconselha a veterinária.
Além disso, também há uma série de produtos que podem ser utilizados para prevenir pulgas, piolhos e carrapatos, como coleiras, pipetas de aplicação no pescoço, sprays, talco e comprimidos. No entanto, antes de adquirir qualquer um deles, recomenda-se consultar um veterinário para que ele possa indicar o mais adequado para o animal.