Veja como cuidar da saúde vascular durante a gravidez

Veja como cuidar da saúde vascular durante a gravidez
Doenças vasculares também podem atingir mulheres grávidas (Imagem: Dragana Gordic | Shutterstock)

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de mudanças físicas, algumas das quais podem afetar a saúde vascular e ocasionar diversas doenças, principalmente as que estão ligadas à circulação venosa. Alguns estudos estimam que até 70% das grávidas podem desenvolver varizes nas pernas durante a gestação. Além disso, também podem apresentar varizes na vulva, hemorroidas e, em casos mais raros, trombose venosa profunda.

A Dra. Priscilla Mattos, cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Regional São Paulo, explica que, no decorrer da gravidez, ocorre o aumento da circulação de hormônios femininos associado à expansão da pressão nas veias intra-abdominais pela própria compressão uterina, o que eleva a prevalência de doenças venosas na gestante.

Esses fatores ocorrem na maioria das mulheres grávidas, mas podem ser mais proeminentes em mulheres com histórico familiar de doenças venosas, com múltiplas gestações, acima do peso e que possuem alguma predisposição para trombose venosa profunda, como trombofilias conhecidas. 

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Prevenindo doenças vasculares

Para prevenir doenças vasculares na gravidez, as mulheres devem manter os mesmos cuidados antes, durante e após o parto. Isso porque os fatores de prevenção incluem atividades físicas regulares, uso de meias elásticas de compressão, principalmente em caso de inchaço nas pernas, evitar permanecer muito tempo em pé, ou ficar sentada na mesma posição por muito tempo, não fumar e manter um peso adequado conforme orientação médica.

Diagnóstico de doenças vasculares

A Dra. Priscilla Mattos informa que o ultrassom é o principal exame solicitado para identificar doenças vasculares na gravidez, pois ele é capaz de avaliar toda a circulação arterial e venosa, identificando possíveis patologias e orientando o tratamento a longo prazo das alterações encontradas. “É um exame confiável e seguro na gestação. Além disso, alguns exames de sangue também podem ser solicitados para melhor análise do quadro clínico”, explica.

Quando procurar o atendimento médico de emergência

Conforme a médica, uma gestante pode ter trombose ou uma doença vascular de risco, e caso isso ocorra, é fundamental procurar atendimento médico imediato. Os sintomas de trombose incluem inchaço unilateral da perna, dor, mesmo em repouso, vermelhidão e rigidez da musculatura. “O diagnóstico precoce é essencial para prevenir complicações mais graves da doença”, reforça a cirurgiã vascular.

Mulher grávida caminhando e bebendo água em parque
A caminhada é um exercício físico benéfico para as grávidas (Imagem: Josep Suria | Shutterstock)

Exercícios físicos durante a gravidez

A Dra. Priscilla Mattos explica que os exercícios que promovem a movimentação e fortalecimento dos membros inferiores são os mais benéficos para a circulação. Isso engloba atividades como corrida, ciclismo, natação, uso do elíptico e outros treinos que visam o fortalecimento das pernas. 

“No entanto, é importante ressaltar que cada mulher é única e deve receber orientações individuais quanto à intensidade e tipo de exercícios a serem realizados, levando em conta seu condicionamento físico e experiência prévia com atividades físicas antes da gestação”, recomenda.

Uso da meia de compressão

Outro hábito importante é fazer o uso da meia de compressão, que ajuda a melhorar os sintomas de doenças venosas, como dor e cansaço nas pernas ao final do dia e inchaço bilateral. Além disso, conforme a médica, ela também é capaz de prevenir doenças venosas mais graves, como a trombose venosa profunda. 

“A maioria dos estudos atualmente corrobora o uso de meias de média compressão ao longo de toda a gestação. As meias podem ir apenas até os joelhos e devem ser usadas a maior parte do dia, sem necessidade de seu uso durante a noite. É fundamental consultar um cirurgião vascular para obter orientação adequada, medição precisa e escolha da meia elástica ideal para cada paciente, de forma individualizada para cada caso e sintoma envolvido”, conclui a médica.

Por Elenice Costola

Redação EdiCase

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