Veja como o estresse crônico pode afetar os rins
O estresse é apontado por muitos como o mal do século. É difícil estar imune ao problema, que atinge cerca de 90% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ligado ao envelhecimento, distúrbios do sono, doenças do coração e metabólicas, além de alterações de pele, o estresse também pode causar danos aos rins, conforme explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira:
“Em situação de estresse, o cérebro estimula os nervos das glândulas adrenais para a secreção do cortisol, o que aumenta a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue. Essa reação química, que é uma resposta do cérebro para proteger o corpo em uma situação de aparente perigo, quando em excesso, numa condição de estresse crônico, provoca a excreção pelos rins de fosfato em níveis fora do padrão, o que pode acarretar fraqueza muscular, alterações na composição óssea e até mesmo na função renal”, diz a médica.
Cansaço excessivo afeta os órgãos do corpo
De acordo com a médica intensivista, o cansaço excessivo físico e mental proveniente do estresse causa também prejuízos a órgãos vitais. “Exaustão, dificuldades em lidar com situações desafiadoras, sensações negativas e baixa produtividade são alguns dos sintomas da fadiga crônica. Em paralelo, há o comprometimento do funcionamento de órgãos vitais em função do descontrole hormonal causado pelo desequilíbrio nos níveis de cortisol, secretados pelas glândulas adrenais, localizadas uma sobre cada rim”, explica a especialista.
Segundo a Dra. Caroline Reigada, esse descontrole hormonal pode ocasionar em uma série de fatores prejudiciais ao corpo. “É um ciclo vicioso, no qual fatores que, bombardeiam o organismo e causam cansaço crônico, interferem no rendimento na jornada de trabalho, provocam apatia e desinteresse nas tarefas do cotidiano. E, ao mesmo tempo, afetam os tecidos do coração, pulmões, fígado e rins, devido ao estresse oxidativo, danos celulares estruturais que podem prejudicar o funcionamento destes órgãos, vitais ao organismo”, destaca a médica.
Estresse desenvolve problemas de saúde
Em condições normais, a reação do corpo ao estresse não apenas ajuda com perigos ou crises imediatas, mas também pode servir como um motivador positivo ao lidar com os desafios da vida – quando canalizado adequadamente. “No entanto, quando seu corpo está sob altos níveis de estresse por longos períodos de tempo, essas reações físicas, se não forem controladas, podem prejudicar sua saúde”, explica a Dra. Caroline Reigada.
A médica ainda esclarece quais problemas de saúde o estresse pode causar. “Os impactos combinados do aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca mais rápida e do aumento de gorduras e açúcar no sangue podem contribuir para vários problemas de saúde, incluindo pressão alta, diabetes e doenças cardíacas e renais”, diz a profissional.
O efeito das reações do corpo ao estresse
Conforme explica a especialista, pessoas que já passam por problemas de saúde devem evitar momentos de estresse, pois as reações do corpo podem piorar a condição. “Como as unidades de filtragem de sangue do seu corpo, seus rins são propensos a problemas com a circulação sanguínea e os vasos sanguíneos. A pressão alta e o açúcar elevado no sangue podem sobrecarregar os rins”, diz a Dra. Caroline Reigada.
A médica nefrologista completa afirmando que “pessoas com pressão alta e diabetes correm maior risco de doença renal. Pessoas com doença renal estão em maior risco de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos. Se você já tem doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos e doenças renais, as reações do corpo ao estresse podem se tornar cada vez mais perigosas”.
Consulte um especialista
Portanto, a médica explica que qualquer pessoa que tem por objetivo prevenir doenças cardíacas e/ou renais, ou melhorar a saúde enquanto convive com doenças cardíacas e/ou renais, deve buscar formas de gerenciar o estresse e consultar um especialista. “Essa é uma parte importante da manutenção de sua saúde geral”, finaliza a médica.
Por Guilherme Zanette