Veja como visitar a Muralha da China a partir de Pequim

Veja como visitar a Muralha da China a partir de Pequim
A construção é uma das 7 maravilhas do mundo moderno (Imagem: Yuri Yavnik | ShutterStock)

Com mais de 21 mil quilômetros de extensão – maior que o diâmetro da Terra somado à distância entre o Brasil e a África do Sul -, a Grande Muralha da China é um colosso de tijolo, pedra, terra compacta e madeira, com trechos que remontam o século 7 a.C., notadamente desenvolvida durante a dinastia Ming (que durou até meados do século 12), com o propósito principal de proteção contra invasores nômades da Eurásia, em especial os mongóis. Não à toa, trata-se da maior estrutura militar de defesa do planeta.

Todos os superlativos desse monumento místico que serpenteia diversas paisagens montanhosas do 3º maior país do mundo contribuíram para a nomeação da Grande Muralha como uma das Novas Maravilhas pela UNESCO – indiscutivelmente a mais impressionante e gigantesca delas.

Com todas essas peculiaridades históricas e arquitetônicas, dá para ficar impassível e deixar de conhecer um lugar assim? E se a visita puder ser feita em um bate-volta a partir de Pequim, com guia em inglês, focada em um trecho menos concorrido dessa incomparável atração turística? Isso tudo é possível. Nós mesmos fizemos, e é sobre essa nossa experiência que trataremos nas linhas seguintes. Segue a gente!

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Melhor maneira de curtir a muralha

Fomos à China em agosto de 2019, como parte de nossa minivolta ao mundo, com o interesse maior de visitar a Grande Muralha. Durante os preparativos para essa odisseia, descobrimos a facilidade de chegar nos trechos Badaling e Mutianyu a partir da capital. Ficamos em dúvida sobre qual desses deveria ser o nosso destino.

Pelo fato da muralha em Badaling ser mais próxima de Pequim, ela é mais procurada por visitantes, sobremaneira os incontáveis chineses. Com essa informação em mente, seguimos o conselho de todas as nossas fontes de pesquisa. Elas indicavam que a melhor maneira de curtir a muralha em degraus e torres de vigia mais originais e menos concorridos era dirigindo-se a Mutianyu. Indicação certeira.

Contratar o day tour proporciona conforto

Contratamos o day tour com a ótima empresa Mubus, fazendo a reserva no site deles com 2 meses de antecedência (o pagamento pode ser realizado ao final do passeio, e se esta for sua opção, só pode ser feito em dinheiro). O ponto de encontro, duração e itinerário da excursão é detalhado na página da Mubus.

Ficamos hospedados no centro histórico de Pequim, a menos de 10 minutos de caminhada da Praça da Paz Celestial e da estação de metrô Qianmen, de onde seguimos até a estação Dongsishi tiao. Logo na saída do metrô, fomos conduzidos pelo staff da empresa até o ônibus, que saiu no local e horário combinados – no início da manhã.

Opções diferentes de passeio

O percurso até a entrada da Grande Muralha em Mutianyu foi feito em menos de 2h em uma rodovia impecável. Durante o traslado, a nossa guia (Claire – chinesa que falava em inglês fluente), contou a história e as peculiaridades da construção do ponto turístico mais visitado da China, descreveu todas as variáveis do passeio, mencionando a logística mais comum de caminhada pelas torres de vigia principais, e recolheu nosso dinheiro. Ao chegar no destino, ela própria foi ao guichê da bilheteria, entregando-nos em seguida nossos ingressos de diferentes modalidades.

Isso mesmo, o passeio não é padronizado; ele não precisa ser igual para todos os visitantes. Você pode incluir o almoço no pacote (feito em um restaurante típico próximo ao estacionamento dos ônibus de passeio) ou não – fazendo sua refeição em lanchonetes próximas ou levando seu lanche, que pode ser consumido nos degraus da muralha. A subida pode ser feita em teleférico coberto pago à parte e com acesso direto à torre 14 – ou caminhando mesmo. A descida pode ser feita também de teleférico, caminhando ou em tobogã (este também é pago separado e só pode ser feito em dias sem chuva).

Estátua de militar chinês em Muralha da China
Mutianyu, assim como os outros setores da muralha, deixaram de servir para proteção militares e hoje só tem a função de encantar quem as visita (Imagem: posztos | ShutterStock)

Mutianyu: um passeio diferente nas torres

Desde a chegada efetiva no caminho da muralha até a hora combinada para o retorno do ônibus ficamos com o tempo livre (cerca de 5h) para explorarmos à vontade 5km da Grande Muralha. Importa destacar que, em Mutianyu, há torres de estilos mais diferentes e menos espaçadas que em Badaling (nenhuma delas com banheiro).

O segmento mais elogiado vai da torre 12 até a torre 20. É esta parada que compreende o clímax do caminho, ao final de um íngreme e exigente lance de degraus de diferentes tamanhos, com a vista panorâmica para uma vasta parte da serpente cinza que separa o verde ou o laranja – a depender da estação do ano – das árvores que encobrem as montanhas ao redor. Simplesmente inesquecível!

Utilizamos nossos minutos ao máximo, só voltando ao estacionamento de ônibus poucos minutos antes do horário acertado. De lá, o motorista levou o grupo até o mesmo ponto do início do tour (quarteirão ao lado da estação de metrô Dong-sishitiao), de onde voltamos para o nosso hotel.

Experiência inesquecível na China

Passeio fácil, agradável, organizado e completo, com horas suficientes para desbravar o que realmente interessa ao turista, sem paradas desnecessárias em lojas ou similares. Ótima maneira de conhecer o que há de mais maravilhoso e milenar na eclética China. Sem dúvidas, aquelas foram as nossas horas preferidas naquele país.

No tocante especificamente à Grande Muralha, a infraestrutura supera em muito o satisfatório. Tudo é bem-sinalizado, bem cuidado e bem pensado para agradar os visitantes de diferentes formas. Ter contato com aquele equilíbrio perfeito entre a ação humana e a natureza que a cerca é emocionante, memorável, reflexivo e divertido.

Visitar a Muralha é ver de perto que ela é muito mais do que grande. É presenciar do que o esforço do homem é capaz; uma obra maior que seus construtores, e ainda mais espetacular e monumental por interferir na natureza como coadjuvante.

Por Aline e Rafael – revista Qual Viagem

Instagram: @blogconhecendolugares

Redação EdiCase

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