Prisão de ventre: descubra as causas e como combatê-la

Prisão de ventre: descubra as causas e como combatê-la
Prisão de ventre é caracterizada pela dificuldade de evacuar (Imagem: Shutterstock)

Prisão de ventre, ou constipação intestinal (termo usado na medicina), é caracterizada pela dificuldade de evacuar. Segundo o gastroenterologista Ronaldo Carneiro Santos, esse tipo de problema pode ser identificado pelo esforço excessivo ao evacuar, fezes com consistência aumentada ou endurecidas, redução na frequência normal de evacuação – menos de 3 vezes por semana – ou pela sensação de evacuação incompleta.    

Quais são as causas da prisão de ventre?

De acordo com o médico, a prisão de ventre, algumas vezes, pode estar associada a hábitos de vida com baixa ingestão de líquido e de fibras na dieta e falta de atividade física regular. Mas, pode também estar ligada a outros fatores. “O uso de determinados medicamentos, quadros como a depressão e ansiedade, doenças metabólicas como o diabetes e o hipotireoidismo, além de doenças neurológicas”, explica Ronaldo Carneiro.

Para o gastroenterologista, o controle destes fatores pode minimizar os sintomas da constipação. “Principalmente a correção dos hábitos alimentares, maior ingestão de líquidos e com o combate ao sedentarismo e estresse cotidiano”, acrescenta.

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Alterações causadas por outras doenças

Algumas doenças também podem alterar o funcionamento regular do intestino, causando diarreia ou constipação. “A alteração na ‘motilidade intestinal’ pelas alterações das contrações do músculo do intestino, chamadas de peristalse, determinam essas doenças”, explica Ronaldo Carneiro.

A síndrome do intestino irritável, por exemplo, pode cursar com diarreia, constipação ou apresentar-se na forma “mista” – o paciente intercala períodos de diarreia com outros de constipação e a dor ou o desconforto abdominal estão presentes.

Consequências da prisão de ventre

O paciente com constipação intestinal deve procurar melhorar a qualidade de vida e eliminar os fatores que causam os sintomas, pois, além do desconforto, com o passar do tempo, o funcionamento do intestino piora. Inclusive, muitas vezes, são necessárias manobras médicas alternativas para que a pessoa consiga evacuar.

Além disso, esse problema também pode desencadear outras doenças. “Fissuras no ânus, hemorroidas e divertículos intestinais são doenças bastante frequentes e associadas à constipação. Também cabe lembrar que a prisão de ventre aumenta a chance de desenvolvimento de câncer de intestino”, alerta o gastroenterologista.

O que fazer em uma emergência de obstrução intestinal?

Qualquer pessoa pode sofrer com uma obstrução intestinal, seja alguém que já estava previamente constipado ou não. Contudo, é importante salientar que essa obstrução é considerada uma emergência médica.

“Se um indivíduo com história de prisão de ventre está sem evacuar há muitos dias e apresenta dor abdominal importante, febre ou demais sinais de alarme, deve-se levá-lo a um hospital para avaliação médica detalhada e realização de exames pertinentes”, explica Ronaldo Carneiro.

Segundo ele, é comum a ocorrência da formação de um ‘fecaloma’, ou seja, massa de fezes bastante endurecida, que obstrui o trânsito fecal e acaba por levar o indivíduo à emergência.

Menina sentada em um sofá com as mãos na barriga
Falta de ingestão de água por crianças pode causar prisão de ventre (Imagem: Shutterstock)

Prisão de ventre em crianças

A prisão de ventre também pode afetar bebês e crianças. No caso dos bebês, pode estar relacionada com a alimentação da mãe no período de amamentação e com hábitos dietéticos inadequados dos pequenos.

“Crianças costumam transgredir dietas com bastante frequência e bebem pouco líquido. Nesse contexto, também vale enfatizarmos que, atualmente, muitas crianças na ‘era tecnológica’ não praticam atividade física como deveriam”, analisa o médico.

A melhor forma de melhorar o quadro infantil é monitorar o consumo de água e de fibras. Se a criança ficar mais de 7 dias sem evacuar, é recomendável procurar um profissional de saúde para avaliar.

Opções de tratamentos contra a constipação

Algumas pessoas costumam ignorar os sintomas da constipação intestinal e aprendem a conviver com eles, mesmo com o desconforto. Outras, optam pela automedicação. Contudo, essas atitudes não são recomendáveis, pois podem agravar a doença. O ideal é sempre procurar ajuda médica para tratar o problema.

Segundo Ronaldo Carneiro, o tratamento pode variar de paciente para paciente. “Seja pela correção dos hábitos inadequados com relação a dieta, ingestão de líquidos e sedentarismo, ou pela necessidade do uso de suplementos alimentares ou medicamentos para cada caso, na dependência do tipo de paciente, idade, intensidade do quadro e, obviamente, causa aparente ou confirmada”, explica.

Atitudes que pioram a prisão de ventre

Com a correria do dia a dia ou, até mesmo, pelo desconforto em fazer as necessidades fisiológicas fora de casa, muitas pessoas deixam de evacuar quando sentem vontade. “O cérebro passa a entender que não necessita mandar a mensagem para o intestino contrair adequadamente. Com o passar do tempo, a piora da peristalse, ou seja, contrações do intestino, passa a ser praticamente inevitável e, consequentemente, vem a piora progressiva da prisão de ventre”, explica Ronaldo Carneiro Santos.

Ações que melhoram o funcionamento do intestino

Existem atitudes que podem melhorar o funcionamento do intestino, como ingerir bastante líquido, comer alimentos com fibras, fazer atividade física regular – pelo menos 150 minutos por semana – , evitar a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, não fumar e controlar o estresse e a ansiedade. “Além disso, realizar exames que auxiliam no rastreamento de possíveis doenças, sobretudo câncer, com a periodicidade determinada pelo médico, é de extrema importância”, alerta Ronaldo Carneiro Santos.

Matilde Freitas

Jornalista, psicanalista e vegetariana. Possui mais de 8 anos de experiência no mercado editorial. Além de produzir diversos conteúdos para EdiCase Publicações e Portal EdiCase, escreve para revistas e sites ligados ao veganismo e ao empoderamento feminino.

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