Veja o que é psicose e os principais sintomas dessa condição

Veja o que é psicose e os principais sintomas dessa condição
A síndrome psicótica afeta cerca de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo (Imagem: OnlyFlags | Shutterstock)

A psicose pode estar presente em diferentes transtornos, como esquizofrenia e bipolaridade. “A principal característica da psicose, e a que a define, é quando uma pessoa quebra com a realidade, ou seja, ela sai da realidade compartilhada por todos nós em um nível de convicção que não pode ser convencida do contrário”, explica a Dra. Erica Maia, psiquiatra e gerente de saúde mental da Conexa, ecossistema integral de saúde digital. 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome psicótica afeta cerca de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo. Além disso, o mesmo estudo aponta que 71% desses indivíduos não têm acesso a serviços de saúde mental, sendo a grande maioria deles moradores de países de baixa renda.  

Sintomas psicóticos 

A fuga da realidade é considerada o principal sintoma psicótico. Contudo, a Dra. Erica Maia comenta que o paciente pode apresentar delírios, sentimento de perseguição e alucinações visuais (ver coisas), auditivas (ouvir coisas) e corporais (sentir coisas diferentes no tato, no paladar e no olfato). 

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Conforme relata Miria Ribeiro, psicóloga, terapeuta familiar e palestrante, a síndrome também pode apresentar outros sinais, como pensamentos desorganizados e agressividade.  

Causas da psicose 

A psicose pode ser ocasionada por diferentes fatores, divididos entre primários e secundários. O Dr. Luiz Rigonatti, psiquiatra da Mental Clean, esclarece que os fatores primários são decorrentes de doenças mentais preexistentes, como esquizofrenia, depressão e transtornos de humor. Os agentes secundários são posteriores ao uso de substâncias ilícitas ou lícitas, como álcool e medicamentos.  

A Dra. Erica Maia apenas ressalta que, diante de todas as causas, “para que seja possível o surgimento da síndrome psicótica, é necessário haver uma predisposição genética e um fator estressor como gatilho”.  

Ilustração de um cérebro humano
A síndrome psicótica pode ser fruto da demência, do autismo, de lesões cerebrais traumáticas e de infecções do sistema nervoso central (Imagem: Yurchanka Siarhei | Shutterstock)

Relação entre psicose e doenças físicas e neurológicas 

A psicose também pode estar relacionada a algumas doenças físicas e neurológicas. De acordo com a Dra. Erica Maia, essas enfermidades são lúpus, problemas de tireoide, Alzheimer e Parkinson. Ainda, a psicóloga Miria Ribeiro acrescenta que a síndrome psicótica pode ser fruto da demência, do autismo, de lesões cerebrais traumáticas e de infecções do sistema nervoso central.  

Consequências da psicose 

Além de acarretar consequências para o bem-estar mental, a psicose também pode afetar a vida pessoal, profissional e acadêmica dos pacientes. Miria Ribeiro alerta que a síndrome psicótica pode levar a um isolamento devido ao estigma social, assim como dificuldades em manter relacionamentos saudáveis.  

“Na esfera profissional, a psicose, muitas vezes, resulta em alterações no comportamento, produtividade reduzida e dificuldades de interação no ambiente de trabalho. No âmbito acadêmico, os sintomas psicóticos podem interferir na concentração e no desempenho, resultando em dificuldades de aprendizado”, complementa a psicóloga.  

Formas de diagnóstico 

Como a psicose pode estar presente em diferentes transtornos, o diagnóstico é realizado por etapas. Em um primeiro momento, há uma avaliação clínica, “que envolve a análise dos sintomas relatados pelo paciente, observação do seu comportamento e, frequentemente, a aplicação de escalas de avaliações específicas”, explica a psicóloga Miria Ribeiro. Em seguida, segundo a psiquiatra Erica Maia, pode ser necessário realizar exames de sangue e/ou imagem. 

Tratamentos indicados 

O tratamento para a psicose envolve diferentes abordagens. Todavia, os pacientes psicóticos “devem ser tratados com medicamentos próprios para isso, chamados antipsicóticos. Dependendo do caso, pode ser necessário o uso de mais de um tipo de medicamento”, revela a Dra. Erica Maia. 

Ademais, Miria Ribeiro comenta que a psicoterapia de linha cognitivo-comportamental também é uma grande aliada. Isso porque ela pode ajudar o paciente a lidar com os sintomas, bem como melhorar a compreensão da doença e desenvolver estratégias de enfrentamento. No entanto, “a abordagem terapêutica específica varia dependendo da causa subjacente da psicose e das necessidades individuais do paciente”, ressalta a psicóloga.  

Mulher deitada em uma cama dormindo
Dormir bem ajuda a manter a saúde mental (Imagem: Damir Khabirov | Shutterstock)

Importância dos hábitos saudáveis 

Os hábitos saudáveis são fundamentais para lidar com o transtorno. Logo, Miria Ribeiro aconselha que todos mantenham uma rotina regular de sono, sigam uma dieta balanceada e façam exercícios físicos regularmente, pois essas ações ajudam a estabilizar o humor. A psicóloga também sugere evitar a ingestão de álcool e substâncias ilícitas.  

O papel da família e dos amigos 

Amigos e familiares são fundamentais durante o tratamento da psicose. Entretanto, para isso, segundo a psicóloga Miria Ribeiro, é necessário compreensão, empatia e paciência por parte deles. O Dr. Luiz Rigonatti acrescenta que, além do apoio emocional, é preciso que essas pessoas também incentivem o paciente psicótico a colaborar com o próprio tratamento, se eduquem sobre a síndrome e não discordem ou argumentem nos momentos de delírio ou alucinação. 

Ao unir todos os cuidados citados, a rede de apoio “pode contribuir significativamente para o bem-estar do paciente, o ajudando a enfrentar desafios e encontrar estabilidade em sua vida”, conclui Miria Ribeiro.  

Agnes Faria

Jornalista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Entusiasta das ideias e nuances do jornalismo moderno. Já atuou na produção de conteúdo para portais de notícias, revistas, blogs e redes sociais. Na EdiCase, escreve sobre diferentes temáticas, como informática, educação, saúde e entretenimento.

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