Dia Mundial do Combate ao estresse: 8 danos que ele pode causar ao corpo

Dia Mundial do Combate ao estresse: 8 danos que ele pode causar ao corpo
Gerenciar o estresse é importante para evitar alterações no organismo (Imagem: Mix and Match Studio | Shutterstock)

O Dia Mundial de Combate ao Estresse é comemorado no dia 23 de setembro. A data é para alertar a população sobre a importância de gerenciar o estresse. “Praticar meditação, fazer exercícios físicos ou realizar atividades prazerosas, como ler e cozinhar, são excelentes maneiras de quebrar a rotina corrida e modular o estresse”, recomenda a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Esses cuidados são importantes, pois, apesar do estresse ajudar a lidar com perigos e crises, altos níveis dele por longos períodos de tempo podem gerar reações que, se não controladas, prejudicam seriamente a saúde do organismo. 

“O estresse crônico leva ao comprometimento do funcionamento adequado de uma série de órgãos vitais em função do descontrole hormonal causado principalmente pelo desequilíbrio nos níveis de cortisol, hormônio secretado pelas glândulas adrenais localizadas uma sobre cada rim”, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva e Interna/Clínica.

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Considerando isso, os especialistas listaram quais são as principais estruturas afetadas pelo estresse. Confira!

1. Inflamação da pele

O estresse é um grande inimigo da saúde da pele, pois favorece o surgimento precoce de sinais da idade como rugas e flacidez. “O cortisol está relacionado à potencialização do estado inflamatório persistente do tecido cutâneo, o que reduz o tempo de vida e a atividade das células. E isso contribui para o envelhecimento acelerado”, conta a Dra. Mônica Aribi, dermatologista e sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A especialista explica ainda que a acne também está relacionada ao estresse. “O cortisol estimula os hormônios andrógenos e aciona as glândulas sebáceas, aumentando a produção de oleosidade com consequente entupimento dos poros e surgimento de cravos e espinhas. Além disso, a baixa imunidade e o excesso de queratina associados ao estresse favorecem a proliferação de bactérias relacionadas à acne”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Outra doença cutânea associada ao estresse é a rosácea. “A rosácea tem um componente inflamatório vascular, com vermelhidão, inchaço local, sensação de ardor e queimação e pústulas estéreis. Esse fenômeno está relacionado a situações como mudanças de temperatura ou estresse”, destaca a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

2. Crescimento dos cabelos

Os cabelos também se beneficiam com o controle do estresse. “Níveis elevados de cortisol podem levar a um quadro inflamatório que impede o crescimento dos fios e está envolvido no processo de queda e embranquecimento dos cabelos”, ressalta a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

3. Infertilidade

A modulação do estresse é fundamental para garantir a fertilidade e o sucesso da gravidez. “Altos níveis de estresse podem tornar as chances de um casal engravidar menores. Isso porque o estresse causa processos fisiológicos que podem interferir na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime.

4. Redução da circulação sanguínea

O estresse prejudica a circulação, gerando uma série de danos em todo o organismo. “Quando estamos sob estresse, nosso fluxo sanguíneo diminui devido à liberação de hormônios como cortisol e adrenalina. E qualquer redução na circulação sanguínea significa que as funções corporais podem ser prejudicadas, levando ao surgimento de uma série de sintomas”, diz a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. 

Entre os principais sintomas, a profissional lista:

  • Frieza ou dormência nas mãos e pés (devido à insuficiência de sangue chegando nos membros);
  • Tom azulado ou arroxeado nas pernas (principalmente em pessoas de pele clara);
  • ​Ressecamento da pele;​
  • Quebra das unhas;
  • Queda dos cabelos;
  • Cicatrização mais lenta de feridas e arranhões em pessoas diabéticas;

Segundo a médica cirurgiã, a ação do cortisol também pode afetar os vasos sanguíneos. “A inflamação gerada pelo cortisol também pode fazer com que os vasos sanguíneos sofram com lesões que podem reduzir o calibre das veias e artérias, assim aumentando o risco de hipertensão e trombose.”

Médica medindo a pressão de uma mulher
Estresse favorece a elevação da pressão arterial (Imagem: ESB Professional | Shutterstock)

5. Elevação da pressão arterial

Além de impactar a circulação periférica, a liberação de hormônios causada pelo estresse ainda leva a danos celulares estruturais que podem prejudicar o funcionamento adequado do coração. “O estresse favorece a elevação da pressão arterial, a aceleração da frequência cardíaca e o aumento dos níveis de gorduras e açúcar no sangue, assim contribuindo para o surgimento de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares”, afirma a Dra Caroline Reigada.

6. Sobrecarga dos rins

Outro órgão vital gravemente afetado pelo estresse é o rim. “Condições de estresse crônico provocam a excreção de fosfato em níveis fora do padrão, o que prejudica a função renal, além de levar a fraqueza muscular e alterações na composição óssea”, diz a Dra Caroline.  

Ela afirma que os rins são impactados por problemas com os vasos e a circulação sanguínea. “Dessa forma, a pressão alta e o açúcar elevado no sangue provocados pelo estresse podem sobrecarregar os rins. Inclusive, pacientes com hipertensão e diabetes correm maior risco de doença renal”, destaca a nefrologista. Ela alerta que as reações do organismo ao estresse são ainda mais perigosas para quem já sofre com doenças renais e cardiovasculares.

7. Alteração do metabolismo

O estresse elevado pode gerar uma série de alterações no metabolismo, inclusive favorecendo o ganho de peso. “O apetite emocional é uma das respostas ao estresse, já que o cortisol aumenta o desejo por uma alimentação altamente enérgica. Além disso, os hormônios do estresse também estimulam a formação de células adiposas, que armazenam gordura”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.

A nutróloga afirma ainda que períodos estressantes também prejudicam a perda de peso. “Seu corpo sabe que está em uma posição estressada e não vai deixar você perder peso como faria em condições normais”, destaca.

8. Doenças bucais

O estresse também pode afetar diretamente a saúde bucal. “O efeito pró-inflamatório desencadeado pelas substâncias produzidas pelo organismo em momentos de estresse, como a hidrocortisona, o cortisol e a adrenalina, favorecem o surgimento de doenças periodontais”, explica o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor em Odontologia pela USP. 

O profissional destaca que além disso, quando estamos estressados aumentamos a prática de hábitos negativos,”como a má higiene oral, o que, somado à vulnerabilidade do organismo, pode favorecer o surgimento de cáries, gengivite e halitose”, alerta o dentista.

Por Guilherme Zanette

Redação EdiCase

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